A manhã desta sexta-feira (14) começou com tensão para 217 famílias do povoado Cabrita, em São Cristóvão. Defensores públicos, oficiais de justiça e a Polícia Militar estiveram no local desde o início da manhã para realizar a ação de reintegração de posse.
De acordo com o assessor da Polícia Militar, tenente coronel Paiva, 100 homens da PM foram designados para apoiar a ação de cumprimento do mandado. “Não houve barricadas e foi tudo acontecendo de forma pacífica”, declarou Paiva que destacou. “Eles não foram pegos de surpresa, desde junho que a PM faz visitas no local e realiza reuniões para negociar com as famílias, mas como não houve entendimento e eles não saíram voluntariamente, hoje vamos cumprir a requisição da justiça e vamos apoiar o trabalho dos oficiais de justiça na reintegração”.
Ainda segundo o tenente coronel Paiva, o terreno é grande e apenas uma parte deve ser reintegrada. “A parte do terreno citada no mandado equivale a 35 casas que devem ser desocupadas”, afirmou o assessor.
Para os defensores públicos, um processo que levou seis anos para ser sentenciado não pode ser executado em três meses. “Desde 2008 que este caso está na justiça e em junho deste ano saiu uma sentença, mas nós da Defensoria Pública entramos com uma Medida Cautelar para suspender essa decisão. Estas famílias já estão lá há mais de 20 anos e não podem ser retiradas desta forma”, revelou o defensor público Alfredo Nicolau.
De acordo com o defensor, a Defensoria entrou com o pedido de suspensão, pois a decisão judicial cabe recurso, além disso, a ação de reintegração não conta com a presença de Conselheiros Tutelares e equipes da assistência social do município. Os defensores deram entrada na Medida Cautelar na noite de ontem, mas até o início da manhã de hoje ainda não havia sido registrada.
Por volta das 9h da manhã, os oficias de justiça começaram a cumprir os mandados de reintegração de posse e as primeiras casas começaram a ser derrubadas. (Informações do A8.com)