Dados da Organização Mundial de Saúde indicam que cerca de 6 milhões de brasileiros têm uma curvatura significativa de escoliose, que não consiste em uma doença, mas sim em uma alteração para alguns dos lados da curvatura natural da coluna vertebral. O mês de junho foi escolhido para conscientizar sobre a importância de uma avaliação já na infância para que as possibilidades de êxito nos tratamentos sejam cada vez maiores. O objetivo é unir pessoas para criar uma consciência pública positiva sobre a escoliose, promovendo a educação e reunindo as pessoas afetadas pela doença. Em entrevista, a quiropraxista Dra. Letícia Gitaci alertou sobre os cuidados que devem ser tomados ao detectar o problema.
A escoliose é considerada uma deformidade tridimensional da coluna vertebral em que a curvatura do plano central excede 10 graus. Pode se manifestar tanto na infância quanto na adolescência ou, em casos mais raros, na fase adulta, com maior prevalência entre as mulheres. “As escolioses afetam 3 a 4% da população e são decorrentes de diversas causas, afetando diferentes idades e populações. Em alguns casos ela pode ser detectada logo nos primeiros anos de vida – nos casos de escoliose congênita e escoliose idiopática infantil. Nas crianças maiores e adolescentes temos as escolioses idiopáticas juvenis e do adolescente, podendo ser encontrada até em idosos nos casos de escoliose degenerativa e escoliose idiopática do adulto. Doenças raras e síndromes neurológicas como a paralisia cerebral e a mielomeningocele são causas importantes da deformidade na coluna”, explica Dra. Letícia.
Os primeiros sintomas costumam aparecer já na infância, quando os músculos e ossos aumentam seu tamanho e o cérebro precisa se adaptar a essas mudanças. Porém é difícil que um olhar leigo note a curvatura nos estágios iniciais. “Mas é possível perceber observando sintomas como ombros ou quadris que parecem assimétricos; coluna vertebral encurvada anormalmente para um dos lados; sensação de desconforto muscular. Geralmente a escoliose na infância não causa dor. Se a criança sentir desconfortos associados à dores, é necessária uma avaliação médica criteriosa para verificar a existência de outras doenças mais graves”, afirma.
O tratamento é individualizado e depende de uma equipe multidisciplinar composta por quiropraxista, médico ortopedista e fisioterapeuta. “O tratamento é baseado no acompanhamento quiroprático e em exercícios específicos da fisioterapia. O tratamento cirúrgico só é determinado para os casos com deformidades maiores, progressivas, ou seguidas de dor, compressão neurológica, ou em casos que evoluíram com piora mesmo com o tratamento não cirúrgico. Muitas vezes são os pais ou familiares que percebem o aparecimento da doença, outras vezes o paciente sente dor, desconforto ou às vezes até vergonha de sua aparência”, finaliza.
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Por Rodrigo Alves, da assessoria de imprensa