Redação O GLOBO
O juiz Marcos Vieira de Morais, do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo) do Tribunal de Justiça de São o Paulo, decidiu agora há pouco pelo relaxamento da prisão de Humberto Caporalli, 24 anos, e Luana Bernardo Lopes, 19 anos, presos durante as manifestações na capital paulista na noite de segunda-feira e enquadrados na Lei de Segurança Nacional.
Segundo o advogado do casal, Daniel Biral, os dois jovens devem ser liberados ainda hoje, assim que o alvará de soltura chegar aos locais onde eles estão presos. Biral, que entrou hoje com o pedido de liberdade provisória, faz parte de um grupo de advogados ativistas que acompanham manifestantes detidos pela polícia. Ele disse ainda que o juiz aceitou os argumentos da defesa de que não havia indícios contundentes para manter o casal na prisão. Mais cedo, ele havia dito que o delegado que lavrou o flagrante de Humberto e Luana “exagerou” ao enquadrá-los na Lei de Segurança Nacional.
Os dois jovens foram presos na segunda-feira carregando uma mochila com explosivos e uma bomba de gás lacrimogêneo, além de latas de spray com tinta para pichação. Eles vão responder pelo artigo 15 da Lei de Segurança Nacional, promulgada em abril de 1983, durante a ditadura militar, e que prevê penas de três a dez anos de prisão.
De acordo com o advogado, a bomba encontrada com os dois manifestantes já havia sido detonada e foi jogada pelos próprios policiais. Biral negou também que os dois tenham participado do ataque a viaturas da polícia. Quanto à máquina fotográfica apreendida pela polícia e que teria provas do envolvimento dos jovens, o advogado disse que os jovens fizeram fotos como qualquer outro manifestante, registrando o protesto.
De acordo com a assessoria da Secretaria de Segurança Pública paulista, Caporalli, que é pintor e atua como artista de rua, está na cadeia do 2º Distrito Policial, no centro da cidade. Luana, estudante de moda, foi levada ainda ontem para a Cadeia Pública de Franco da Rocha, na região Metropolitana de São Paulo.