por Valter Lima, do Brasil 247
Gilvan Manoel, do Jornal do Dia – A Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe foi comunicada formalmente pelo secretário-chefe da Casa Civil, Sílvio Santos, na tarde de quarta-feira, da vacância do cargo de governador de Sergipe, em função da morte do governador Marcelo Déda Chagas (PT) na madrugada da última segunda-feira. O governador em exercício, Jackson Barreto (PMDB), conversou por telefone com a presidente da Assembleia, deputada Angélica Guimarães (PSC), e acertou que a cerimônia de posse do novo governador titular será marcada para a próxima semana, após a realização da missa de sétimo dia pela passagem de Déda, que ocorrerá na segunda-feira, às 19 horas, na Catedral Metropolitana.
Ontem de manhã, Jackson disse ter combinado com a presidente da Assembleia que será uma cerimônia simples e formal, com a participação apenas dos deputados e de secretários de Estado, sem sequer a expedição de convites formais. “Nas circunstâncias em que ocorre não há qualquer motivo para comemoração”, simplifica Jackson Barreto, que ocupava interinamente o governo desde o mês de maio, quando o quadro de saúde de Déda se agravou e ele precisou ser internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para tratar do câncer que acabou tirando a sua vida.
Avaliação do quadro – Jackson Barreto informou que ainda na próxima semana pretende realizar uma ampla reunião com todos os dirigentes dos partidos aliados para tentar estabelecer as prioridades do governo, mas avisa que qualquer mudança na equipe só vai ocorrer a partir de janeiro. “Diante dessa fatalidade é hora de nos reunirmos para adotarmos medidas conjuntas. É preciso dividir as responsabilidades políticas de cada grupo, inclusive do PT”, explica Jackson. Além do PT, PMDB e PSB, integram o bloco, PCdoB, PSD e PRB.
Além de definir os ajustes políticos do grupo, o novo governador considera prioritário neste mês de dezembro assegurar o pagamento em dia do décimo terceiro e dos salários dos servidores públicos, sem comprometer o funcionamento da maquina e de setores essenciais como Saúde e Segurança Pública. “Todo o esforço será para juntar as receitas do Estado e garantir um encerramento de ano tranquilo, apesar de todas as dificuldades”, explica.
Jackson enxerga que o grupo do senador Eduardo Amorim (PSC) vai continuar insistindo no desgaste do bloco governista ou no enfraquecimento de suas lideranças, como vem fazendo em relação ao senador Antonio Carlos Valadares (PSB). “Como não conseguem nos dividir, tentam desgastar os nossos líderes. Atacaram Valadares da mesma forma que vão tentar atingir outros companheiros. Nós ficamos tranquilos porque a população sabe muito bem quem são os Amorim”, destaca.
Jackson Barreto também censura a ideia do senador Amorim em tentar prestar homenagens a Marcelo Déda após a sua morte. “A população não esquece o que ele fez com o governador, principalmente no episódio do Proinveste. Déda não conseguiu inaugurar nenhuma obra feita com esses recursos, porque ele não permitiu a sua aprovação em tempo hábil pela Assembleia Legislativa. Esses discursos e tentativas de homenagens mostram apenas o seu oportunismo político”, critica.