Fredson Navarro, do G1 SE
Jackson Barreto, do PMDB, foi reeleito neste domingo (5) governador de Sergipe para os próximos quatro anos. Com 97% das urnas apuradas, o peemedebista teve mais de 520 mil votos, o que corresponde a mais de 53% dos votos válidos, contra 41%, de Eduardo Amorim (PSC).

Jackson Barreto acompanhou a apuração na residência oficial, na Palácio de Veraneio, na Zona Sul de Aracaju.(Foto: arquivo/SE Notícias)
A vitória marca a continuidade do mesmo grupo político que governa o estado desde 2006 quando Marcelo Déda (PT) venceu as eleições e foi reeleito em 2010, tendo Jackson Barreto como seu vice. Déda morreu no fim de 2013 e Jackson assumiu o comando do governo.
Em seu discurso de vitória, o petista disse que sempre acreditou na vitória. “Acompanhamos a apuração com alegria. Tendo consciência das dificuldades que nós atravessamos, mas com muita alegria e confiança que a população nos depositou. Eu nunca tive dúvida da vitória”, comemora.
Já Eduardo Amorim desejou boa sorte ao adversário.
Perfil
Jackson Barreto de Lima tem 70 anos e nasceu em Santa Rosa de Lima (SE), no dia 6 de maio de 1944. Filho do bodegueiro Etelvino Alves de Lima e da professora Neuzice Barreto de Lima, aos 14 anos de idade passou a residir em Aracaju. Morou no bairro Cirurgia, de classe média. Formado em Direito, é funcionário público lotado na Receita Federal, e já trabalhou nos Correios.
Iniciou a militância política como secundarista no Centro Acadêmico Clodomir Silva, do Colégio Atheneu Sergipense. Foi líder estudantil no DCE da Universidade Federal de Sergipe ainda nos anos 60, onde somou-se à resistência à Ditadura Militar. Militava clandestinamente no PCB, quando ingressou no MDB em 1970.
Em 1972, foi eleito vereador em Aracaju e, em 1974, foi eleito deputado estadual. Foi preso político por duas vezes, em 1972 e 1976, esta última na famigerada Operação Cajueiro. Foi julgado e absolvido em 1978 pela Auditoria Militar da Bahia. Em 1978, foi eleito para o primeiro dos quatro mandatos de deputado federal. Em 1979, integrou a coordenação da Campanha Nacional pela Anistia.
Foi um dos líderes em Sergipe da campanha pelas Eleições Diretas, a Diretas-Já, em 1984. Em 1985, foi eleito prefeito de Aracaju na primeira eleição direta para as prefeituras das capitais. Voltou à Prefeitura de Aracaju em 1992. Como prefeito, destacou-se pelo trabalho social, voltado aos bairros mais pobres e desassistidos, pela transformação da educação pública e pelo saneamento básico. Construiu 23 escolas, zerando o déficit educacional, e revestiu praticamente todos os canais existentes.
Em 1998 Jackson foi candidato ao Governo e foi derrotado pelo então governador Albano Franco (PSDB). Em 2002 foi eleito deputado federal e reeleito em 2006 e atuou pela redução da tarifa e melhoria no transporte público, tendo sido presidente da Frente Parlamentar pelo Barateamento do Transporte.
Em 2010, foi candidato a vice na chapa encabeçada pelo governador Marcelo Déda (PT). Durante o tratamento de saúde de Déda, atuou como governador interino por quase um ano. Assumiu definitivamente o governo após a morte de Marcelo Déda, em 2 de dezembro de 2013, quando deu continuidade às obras em todo o Estado, realizando inaugurações.
Propostas
Entre as propostas de governo, Jackson prometeu construir 20 mil habitações populares, consolidar a política estadual de interesse social; fomentar e comercializar a produção orgânica e agroecológica; fortalecer sistemas cooperativos e racionalizar a água da chuva; reestruturar a rede viária da Grande Aracaju; universalizar o sistema de água; agilizar atendimento, prioridades na saúde do idoso, materno, infantil e portador de necessidades especiais; criação do Hospital do Câncer; criar o Centro de Qualificação Profissional, alfabetizar todas as crianças e elevar a as aprovações; oferecer mais cursos profissionalizantes e colocar rede wi-fi nas escolas; criar fórum permanente de estudo contra a violência e programas de redução de homicídios, de educação e paz no trânsito.
Campanha
Jackson recebeu apoio de aliados do grupo liderado pelo governador Marcelo Déda, que morreu em 2013, e se fortaleceu com apoio do PT, PSD, PC do B, PRTB, PDT, PRP, PROS, PSDC, PSB e PRB. Durante a campanha ele prometeu dar continuidade as obras iniciadas por Déda e ganhou apoio de Lula e Dilma Rousseff.
Desde o início da campanha, Jackson aparecia como um dos favoritos e disputava a preferência do público com o senador Eduardo Amorim. Na reta final ele passou à frente nas pesquisas de intenções de votos.
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