O município de Itabaiana completa 127 anos na próxima sexta-feira (28) e os moradores da região comemoram o crescimento da economia local que ostenta há meio século o título de maior comércio do interior sergipano. Itabaiana também é considerada a ‘capital do caminhão’, se destaca na produção de joias, tem uma das mais tradicionais feiras livres do estado e chama atenção com as belezas arquitetônicas.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), Itabaiana possui quase 93 mil habitantes. O município está localizado a 56 Km de Aracaju, ocupa uma área de 364 quilômetros quadrados e é considerado o mais importante da microrregião do Agreste.
Histórico
Foi nas margens do Rio Jacarecica que Itabaiana nasceu no século XVI, antes dos europeus chegarem, só os indígenas dominavam a área em torno da serra. Os primeiros colonizadores portugueses chegaram a região em busca do ouro que estaria na serra, mas até hoje nada foi encontrado. No local foi erguido a primeira igreja dedicada a Santo Antônio.
Segundo o historiador Wanderley Meneses , a Igreja de Santo Antônio foi desativada pelos jesuítas 75 anos depois da construção e as famílias seguiram os religiosos para outro lugar. A nova Vila de Santo Antônio e Almas começou em torno da nova igreja construída onde hoje está a Praça Fausto Cardoso.
Foi Simão Dias Francês, nascido segundo a lenda, da união entre um soldado francês com uma índia, o primeiro filho de Itabaiana. Com a invasão holandesa, deixou a terra natal e foi fixar-se nas matas do Caiçá, região em que mais tarde se formaria o município que recebeu seu nome.
A colonização e povoamento de Itabaiana tiveram início após a conquista do território sergipano por Cristóvão de Barros, no fim do século XVI efetivando-se a posse das terras pelos colonos gradativamente, por cartas de doação, nos séculos XVI e XVII, e alvarás, no século XVIII.
A Vila de Santo Antônio e Almas de Itabaiana, por força de uma resolução provincial no dia 28 de agosto de 1888 foi elevado a categoria de cidade, na presidência de Francisco Paula Preste Pimentel.
Economia
Itabaiana é dona de um dos maiores comércios de Sergipe. É considerada a capital do caminhão, por ter o maior percentual de caminhão por pessoa do país. No município existem indústrias de pequeno porte de calçados, bebidas, cerâmica, móveis, algodão, alumínio, de carrocerias de caminhões e implementos rodoviários.
Embora a maior renda esteja concentrada em fretes de caminhão, dando origem a festa em torno desses profissionais, a ‘Festa do Caminhoneiro’, que contribui para o progresso do município, festa essa culminando com shows artísticos, brincadeiras, café da manha e desfiles de caminhões pelas ruas da cidade.
A feira livre se destaca também no comércio. Atualmente é realizada duas vezes por semana (dias de sábado e quarta-feira) em um espaço de mais de 20 mil metros quadrados. Em volta da feira se concentra metade do comércio lojista. “Trabalho na feira há 12 anos e nunca reclamei. A crise nunca chegou aqui”, comemora o comerciante Júlio Viana.
A castanha também é bastante presente no município, especialmente no povoado Carrilho. Além de ser vendida na feira da sede do município, existe a ‘Casa da Castanha’, que só vende castanha. De acordo com a CDL, 90% da renda dos moradores do povoado.
Itabaiana dispõe ainda de um grande número de estabelecimentos comerciais com destaque para o comércio de joias, semi-joias e bijouterias que são vendidos em grande escala e muita variedade a preços acessíveis.
Agricultura
Suas atividades diversificadas e a rota comercial fazem de Itabaiana a intermediaria do fluxo de sua produção entre Aracaju e o sertão, atraindo migrantes da Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas e no estado.
A agricultura em Itabaiana intensificou-se a partir da década de 1980, através da implantação de perímetros irrigados como Jacarecica e Ribeira. Estes perímetros são cultivados por pequenos agricultores e neles são produzidos cereais, frutas e verduras que abastecem todo o estado.
O município é grande produtor de mandioca, batata-doce e tomate. Também possui um centro distribuidor de produtos agrícolas que funciona no mercado hortifrutigranjeiro.
Com informações de Fredson Navarro do G1 em Sergipe