O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê para Sergipe produção de milho superior 770 mil toneladas. A safra do grão oferece ao estado posição de destaque no Nordeste e, segundo o secretário de Estado da Agricultura, Esmeraldo Leal, será recorde mais uma vez. A qualidade das sementes utilizadas no plantio, que têm característica híbrida e ciclo produtivo menor, é um dos motivos de evidência. Além disso, o Governo de Sergipe investe em mecanização, doação das sementes e assistência técnica, oferecendo mais condições para que a produção do estado alavanque cada vez mais.
“Sergipe tem a melhor produtividade do Nordeste e uma dos melhores do Brasil. Isso ocorre independentemente da quantidade de milho produzido e, apesar de ser muito pequeno territorialmente, supera em produção outros estados com dimensão territorial muito maior. Ou seja, Sergipe tem pouca terra, mas tem qualidade no que faz”, declarou o secretário de Agricultura.
A força do milho no estado vem do Médio Sertão, Centro-Sul e Alto Sertão, e o grão sergipano é mais valorizado que o de Alagoas e da Bahia, por exemplo, que são estados que atingem bons itens de produção. Isso acontece por que Sergipe produz no período de entressafra das outras localidades.
Esmeraldo Leal explica que o alto índice de produtividade no estado é alcançado por alguns fatores, dentre eles a qualidade das sementes e o investimento em mecanização. “Toda semente plantada hoje em Sergipe é híbrida e tem o ciclo mais curto, tendo risco de perda menor. Com relação à mecanização, a do nosso estado é uma das maiores do Nordeste. Contamos com muitos tratores que vem do Sudoeste e Norte da Bahia, e das grandes produtoras como Goiás, pois no período da entressafra de lá, eles seguem para cá”.
Além da licitação para contratar maquinário, o governo oferece apoio através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), assistência técnica proporcionada pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), e iniciativas vinculadas a Companhia de Nacional de Abastecimento (Conab), como Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
Para este ano, o Governo do Estado obteve aprovação do Conselho de Combate a Pobreza, e iniciou o processo de licitação para comprar não só grãos de milho, como de feijão e arroz. Em 2015, houve R$ 3,5 milhões de contribuição da Conab para compra, principalmente, de milho, feijão e sorgo.
Produção
Atualmente, a área plantada com milho destinado à colheita verde nos perímetros públicos atendidos pelo Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), é de 137 hectares e tem média de produtividade de 20 mil espigas por hectare. Sob o auxílio da irrigação pública, é esperada uma produção de 2,7 milhões unidades colhidas em junho. O presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, comemora essa safra junina. “Com auxílio público, o risco do produtor não ter boa colheita é mínimo. A água e assistência de nossos técnicos vão garantir milho para as festas dos Santos Antônio, João e Pedro”, defendeu.
Segundo dados da Emdagro, no ano passado Sergipe colheu 1.308 hectares de milho verde, equivalente à produção de 8.591 toneladas, e o rendimento foi de 6.568kg por hectare, superando os números de 2014.
“Sempre pensamos o milho como grão, mas Sergipe é destaque também na produção de milho in natura, utilizado principalmente no São João. E aí o destaque especial vai para os perímetros irrigados. Temos seis do Estado e mais dois, o Jacaré-Curituba e Platô de Neópolis, que têm recurso público envolvido. Se somarmos esses perímetros públicos, temos excelente produção de milho em espiga, e isso pouca gente nota”, expôs o secretário de Agricultura.
Destaque na produção de milho verde e em pleno Alto Sertão, é o perímetro irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco. Foram 65 hectares plantados visando à demanda do mês de junho. Um dos produtores é José Ivanio Almeida. “Plantei duas tarefas dia 02 de abril e vou colher no dia 23. Tenho 12 anos aqui, sempre fazendo a mesma coisa. Depois de tirar o quiabo, planto o milho verde”.
No Perímetro, as plantações de milho verde alcançam a produtividade de 5,5 toneladas por hectare e, segundo José Ivanio, a espiga na região está sendo comercializada à R$ 0,50. “No verão, planto também, mas é para fazer silagem”, completou o agricultor que tem um total de dois hectares de terra irrigada.
Agricultores do perímetro irrigado do Piauí, município de Lagarto, também garantem milho para o período junino e pretendem evitar o atravessador. O agricultor Genivaldo Azevedo de Jesus, por exemplo, pretende se encarregar de todo processo de plantio, colheita e investe para fornecer o produto diretamente ao consumidor final, alcançando, assim, maior lucro com sua lavoura.
Genivaldo e seu pai, João Benigno de Jesus, plantaram dois hectares de milho, sendo parte cultivado na última semana de março, e o restante uma semana depois, intervalo de tempo para poder conciliar as atividades da colheita e da comercialização. “Quero vender nas feiras livres em Lagarto, Boquim e Simão Dias, colocando funcionários para me ajudar a colher e vender nas feiras”, anunciou o agricultor, que espera produzir 60 mil espigas nesta safra e pretende vender entre R$ 0,75 e R$ 1 cada uma delas.
Investimentos em agricultura
O Governo do Estado realiza diversos investimentos em agricultura e, apenas em 2015, foram R$ 5 milhões destinados para mecanização, R$ 3,5 milhões, via Conab, mais quase R$ 1 milhão em compra de sementes, presença de mais de 500 técnicos da Emdagro em campo, manutenção de escritórios, realização do trabalhos de defesa animal e vegetal, além do programa Mão Amiga, benefício pago aos agricultores de cana-de-açúcar e laranja no período da entressafra.
“Além desses destaques, temos o Garantia Safra, no qual o Estado tem dado aporte de R$ 1,5 milhão; crédito fundiário, no qual o governo mantém como contra partida uma equipe que efetua todo trabalho de vistoria e acompanhamento de liberação das áreas; há a regularização fundiária, que conseguimos algo em torno de R$ 10 milhões para os municípios; temos a Cohidro, que não só acompanha os perímetros, como oferece assistência técnica, mantém bombas, perfura poços; sem contar com a instalação de dessalinizadores. O fato é que temos um governo que tem compromisso com o campo e isso se reverte em números. É por isso que Sergipe é destaque em muitas das culturas. Posso destacar também que nossos programas de distribuição de sementes e hora-máquina são uns dos melhores do Nordeste”, relatou Esmeraldo Leal.
O secretário da Agricultura lembra ainda que Sergipe é destaque não só na cultura do milho, como na produção de laranja, arroz, feijão [que tem produtividade recorde e se destaca em Poço Verde], leite [destaque no Semiárido], abacaxi e cana-de açúcar. “Há uma série de culturas que tem muita força. Sergipe é ainda um dos grandes destaques do Nordeste de farinha de mandioca, e bom produtor de maracujá e coco. Ou seja, falar em uma cultura específica em Sergipe é um erro”.
O crescimento do setor agrícola tem reflexo nos investimentos do Banco do Nordeste em Sergipe. De acordo com a instituição bancária, houve crescimento de 16,5% na agricultura, e os maiores aumentos no volume de crédito são verificados nas atividades de produção de grãos (46,3%), fruticultura (16,9%) e café (11,6%).
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