Considerado uma referência em Sergipe no atendimento de intoxicações e acidentes com animais peçonhentos, o Centro de Informação e Investigação Toxicológica (Ciatox) do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), gerenciado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), realizou no terceiro trimestre deste ano (julho, agosto e setembro), 1.202 atendimentos e informações sobre prevenção, diagnóstico e tratamento de pessoas vítimas de intoxicação por produtos tóxicos, animais peçonhentos (cobras, aranhas, escorpiões), plantas venenosas, entre outros.
Desse total registrado, o que chama atenção são os casos de pessoas que foram picadas por escorpião e que totalizaram nesse período 449 vítimas. De acordo com a coordenadora do Ciatox no Huse, a médica e toxicologista Júlia Cardoso, a precisão no diagnóstico é fundamental para um resultado bem sucedido.
“Vale lembrar que algumas dicas são importantes para que o tratamento seja eficiente. Se a vítima foi picada por animais peçonhentos, o ideal é que o animal seja capturado e levado em um frasco para que o médico veja qual o procedimento adequado com a vítima. Isso ajuda na precisão do diagnóstico. Deve ser feita a soroterapia específica preconizado para os acidentes moderados e graves, pois vai inibir a ação do veneno naquele local já que ele age no sistema circulatório e nervoso. Então, quanto mais rápida for feita essa soroterapia, a gente consegue ter um prognóstico melhor para esse paciente”, informa a médica.
Algumas medidas preventivas devem ser adotadas para evitar que o animal se esconda, dentre elas os entulhos, limpeza constante do jardim e da casa, tronco de árvore seco, telhas, ralos de banheiro, fresta de portas e aos alimentos deles que são os insetos. É importante a dedetização visando eliminar o alimento do escorpião já que a dedetização para o escorpião em si não tem muita eficácia.
Além dos registros por animais peçonhentos (escorpiões), foram registrados também durante esse terceiro trimestre, 474 vítimas por intoxicação por drogas de abuso, 138 por medicamentos, 33 por outros animais peçonhentos venenosos, 24 por alimentos, 16 por domissanitários, 10 por agrotóxicos de uso agrícola, entre outros casos.
O Ciatox funciona há 13 anos no Huse e conta com uma equipe multidisciplinar de médicos, farmacêuticos, médicos veterinários, enfermeiros e técnicos de enfermagem. O Ciatox faz parte da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat), coordenada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O que fazer?
Vale lembrar que em qualquer ocasião por intoxicação, a vítima deve procurar o hospital mais próximo para atendimento e precisão no diagnóstico, ou entrar em contato gratuitamente com o Ciatox pelo telefone 0800-722-6001 para qualquer orientação. O contato é gratuito e deve ser imediato, além do 0800, o Ciatox disponibiliza o telefone (79) 3216-2677.
É importante estar atento aos sintomas como dor local, dor abdominal, salivação excessiva, vômito, aumento da pressão arterial, entre outros. O soro antiescorpiônico que chega através do Ministério da Saúde, pelas Secretarias Estaduais de Saúde para os hospitais do estado. Em alguns hospitais no interior, esses soros são encaminhados para lá. “Se o acidente for leve, a vítima deve receber só tratamento sintomático com analgésicos, às vezes com infiltração local de anestésicos” enfatizou a médica.
Da Agência Sergipe de Notícias