Mais uma vez, o Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) sai na frente e responde à sociedade com trabalho e desenvolvimento. Prova disso foi o atendimento prestado aos funcionários de seis empresas da Construção Civil de Sergipe que foram levados às pressas ao Huse na manhã desta terça-feira, 11, com suspeita de infecção intestinal. De acordo com a contabilidade do Serviço de Humanização do hospital, 112 pessoas passaram mal (100 homens e 12 mulheres), provavelmente, após a ingestão da alimentação.
Os pacientes chegaram ao Pronto Socorro do Huse apresentando os mesmos sintomas (febre, dor de cabeça, diarreia e náuseas). Para que o tratamento fosse imediato, foi montada uma força tarefa para recebê-los à medida que chegavam. A área de catástrofe, construída para receber múltiplas vítimas, entrou em operação com médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, psicólogos, maqueiros, assistentes sociais, residentes, além de funcionários do administrativo, da limpeza entre outros setores.
De acordo com a diretora técnica do Huse, Lycia Diniz, esse fato pode ser considerado como uma epidemia. “Eles chegaram com os mesmos sintomas e iniciamos o tratamento com soroterapia, medicamento para dor e, alguns casos, com antibióticos. Todos os sintomas são de intoxicação alimentar. Não sabemos ainda o que está causando isso ou qual o tipo de bactéria. Isso foi uma epidemia. Com essa área de catástrofe pronta, atendemos com agilidade esses tipos de casos com múltiplas vítimas”, explicou.
A diretora técnica ressaltou ainda que as equipes do Huse estão de parabéns pelo empenho. “A união faz a força. Com a ajuda de todos os profissionais, tivemos uma resposta muito positiva. Iniciamos o atendimento a esses pacientes às 8h30 e, no início da tarde, conseguimos estabilizar mais de 80 pacientes com alta médica. Em menos de quatro horas a situação já estava restablecida”, enfatizou.
A enfermeira Luciene Eliziario dos Santos também destacou o comprometimento de todos os funcionários do Huse nessa operação especial. “Estou muito realizada com o empenho de todos os profissionais que contribuíram para o atendimento desses pacientes. Foi uma união muito bonita que mobilizou todos os funcionários. É muito bom ajudar a salvar vidas e essa equipe provou isso. É o reflexo de todo o trabalho realizado diariamente. Sou muito feliz em fazer parte dessa família”, comentou.
Para o coordenador administrativo do Huse, Jardel Mitermayer, a equipe está de parabéns pelo trabalho desenvolvido. “Sem a união desses trabalhadores nada seria possível. Esse foi um ponto positivo. Toda estrutura pensada pelo Governo do Estado em área de catástrofe foi testada e aprovada. Parabenizo toda a equipe do hospital que sempre se empenha em oferecer um atendimento de qualidade”, comemora.
Trabalhadores
Depois de ingerir no almoço uma quentinha de frango, arroz, feijão e macarrão, o jovem Rafael Silva, 19, começou a passar mal. Ao chegar em casa as dores não melhoraram e resolveu procurar o hospital. “À noite as dores aumentaram e eu tomei um chá para aliviar e, hoje pela manhã, procurei o Huse e, para a minha surpresa, outros companheiros de trabalho estavam aqui. Graças a Deus fui logo atendido e agora já estou bem melhor. As dores de cabeça e no estômago passaram, tive alta e vou continuar o tratamento em casa”, disse.
O mesmo aconteceu com o ajudante de pedreiro Wesley Bezerra, 29. Ele explica que achou estranha a cor da carne que ingeriu. “Quando abri a minha quentinha não percebi nada de anormal, só depois que fui comendo vi que a carne estava amarelada e que não é sua cor normal. Com fome, comi assim mesmo. Durante a madrugada comecei a suar frio e a passar mal. Logo pela manhã fui para o Huse e agora já me sinto outra pessoa. Estou sendo muito bem tratado de forma rápida por todos os profissionais”, comentou.
O pedreiro Erivaldo Santos contou que somente na empresa em que ele presta serviço foram 45 trabalhadores intoxicados. “Alguns desmaiaram e tiveram fortes dores. Fomos trabalhar hoje cedinho e tinha muita gente passando mal. Graças a Deus fomos muito bem atendidos aqui e já estou liberado com minha medicação e atestado médico. Agora vou concluir meu tratamento em casa, com muito repouso”, falou.
O presidente do Sindicato da Construção Civil (Sintracon), Raimundo Luiz Reis, acompanhou de perto toda a assistência prestada pelo Huse e elogiou o atendimento. “As empresas responsáveis pelos trabalhadores não prestaram assistência e enviaram todos aqui para o Huse, superlotando ainda mais o hospital. Graças à Deus e à equipe do hospital que é comprometida, nada faltou para os nossos trabalhadores. Agora, vamos apurar as irregularidades e deixar que os órgãos competentes resolvam o problema de quem fornece ou prepara inadequadamente esses alimentos”, informou.
As Vigilâncias Sanitária e Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde foram acionadas e monitoraram o caso.
Fonte: Agência Sergipe de Notícias