O vírus do papiloma humano (VPH ou HPV) é um vírus que infecta a pele ou mucosas e possui mais de 200 variações diferentes. A maioria dos subtipos está associada à lesões benignas, tais como verrugas, mas certos tipos são frequentemente encontrados em determinadas neoplasias como o cancro do colo do útero, do qual se estima que sejam responsáveis por mais de 90% de todos os casos verificados. É também conhecido por verruga anogenital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista. Infelizmente muitas vezes a doença é silenciosa, o que impede que os infectados descubram. Alfredo Passalacqua, infectologista do Hapvida Saúde, explica quais os sintomas da doença.
“O HPV pode causar o aparecimento de verrugas cutâneas na área dos lábios e boca, podendo inclusive atingir as cordas vocais, e também na região genital e anal. As verrugas genitais precisam receber atenção bastante especial, pois podem ocasionar o aparecimento de tumores considerados malignos, principalmente no colo do útero e no pênis. Portanto, o aparecimento de verrugas é o principal sintoma perceptível do HPV”, esclarece.
A vacina é uma das ferramentas fundamentais para a prevenção contra 4 tipos do HPV (6, 11, 16, 18). Essa imunização ajuda a prevenir o aparecimento do câncer do colo de útero, quarta maior causa de morte de mulheres por câncer no país. Os tipos 6 e 11 são considerados de baixo risco, referentes à verrugas genitais e papilomas laríngeos, já os tipos 16 e 18 são de alto risco e podem gerar uma lesão pré-cancerígena. O diagnóstico é feito por meio da observação do surgimento de lesões nos órgãos genitais.
“As verrugas genitais encontradas no ânus, no pênis, na vulva, ou em qualquer área de pele podem ser diagnosticadas pelos exames urológico (pênis), ginecológico (vulva) e dermatológico (pele), enquanto o diagnóstico subclínico das lesões precursoras do câncer do colo do útero, produzidas pelos papilomavírus, pode ser realizado pelo exame citopatológico (exame preventivo de Papanicolaou). As lesões subclínicas podem ser diagnosticadas por meio de exames laboratoriais (citopatológico, histopatológico e de biologia molecular) ou do uso de instrumentos com poder de magnificação (lentes de aumento)”, acrescenta.
É possível tratar o HPV, apesar de em alguns casos o tratamento ser, além de doloroso, bastante demorado.
“O tratamento para as verrugas genitais é bastante trabalhoso, já que elas podem voltar a aparecer várias vezes em até 50% dos casos, exigindo muitas aplicações, ao longo de semanas ou meses. É importante ter disciplina e paciência. Pode ser feito por laser, crioterapia (congelamento) ou cirurgia com uso de anestésicos locais. Podem ser utilizadas substâncias químicas diretamente nas verrugas, como a podofilina e seus derivados, e o ácido tricloroacético. Além disso, existem compostos que estimulam o sistema imune quando aplicados topicamente. No colo do útero, dependendo do grau da lesão, cirurgias locais e até histerectomia total podem ser necessárias para o tratamento”, elucida o especialista.
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Ascom/Hapvida