Do G1 SE
Trabalhadores da Petrobras entram no sétimo dia de greve nesta quarta-feira (4) em Sergipe. A suspensão dos serviços abrange todo o país e acontece nas bases da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). A estatal divulgou que a paralisação já resultou na queda de produção de 273 mil barris de petróleo, o que corresponde a 13% da produção diária no Brasil. Também caiu em 7,3 milhões de metros cúbicos a extração de gás natural, isso equivale a 14% do gás ofertado diariamente ao mercado brasileiro. A principal reivindicação da categoria é a reposição salarial de 8% (referente à inflação do ano) mais 10% de ganho real.
Em nota oficial, a Petrobras também informou que com a perda de produção, a arrecadação de tributos recolhidos em favor da União Federal, estados e municípios, como os Royalties e a Participação Especial é diretamente impactada.
“A Petrobras está tomando as medidas necessárias para garantir a manutenção de suas atividades, preservando suas instalações e a segurança de seus trabalhadores. A companhia reitera que, apesar do efeito na produção de petróleo e gás no Brasil, resultante do movimento grevista, a distribuição está funcionando dentro da normalidade e não há previsão de desabastecimento do mercado”, explicou a assessoria de comunicação da estatal.
Para o Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos nos Estados de Alagoas e Sergipe (Sindipetro AL/SE) a greve já é considerada a maior mobilização da categoria desde 1995. “Os petroleiros hoje lutam contra a continuidade do plano de privatização que o PSDB de FHC não conseguiu completar há 20 anos, apesar da quebra do monopólio estatal do petróleo. Agora, sob o comando do PT de Dilma e Lula, o governo mais uma vez tenta realizar o desejo do império dos bancos e dos magnatas do petróleo”, diz trecho de nota oficial do sindicato.
Em Sergipe, servidores das áreas administrativa e de produção aderiram à greve no Campo Terrestre de Carmópolis, na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenado (Fafen) em Laranjeiras e em Aracaju na sede da Rua Acre, no Tecarmo e nas demais plataformas da capital.
O Sindipetro espera conter o que intitula de ‘plano de desinvestimento e privatizações’, além de conquistar um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e reverter as demissões de terceirizados. Durante este período de greve, os servidores permanecem mobilizados nos seus locais de trabalho.
“Com a retirada de direitos e a venda do patrimônio da empresa, a Petrobras está sendo depenada. A luta dos petroleiros nessa campanha salarial vai além da defesa do reajuste e da defesa dos direitos históricos. É uma luta contra o Governo Dilma, para impedir que a maior riqueza do povo brasileiro seja entregue nas mãos de empresários que só pensam no lucro, enquanto os trabalhadores sofrem com desemprego e relações de trabalho precárias, pior do que já fazem as terceirizadas”, explica ainda a nota do sindicato.