Nessa sexta-feira, 1º de maio, o governo iniciou a primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa em Sergipe. Dividida em duas etapas, maio e novembro, a campanha visa imunizar 1,220 milhão de animais entre bovinos e bubalinos, independente da faixa etária do rebanho. Atualmente, em Sergipe, esse quantitativo de animais está distribuído entre os mais de 42 mil criadores.
Com a medida, o estado de Sergipe entra em seu 20º ano sem o registro da doença. A diretora de Defesa Vegetal da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Salete Dezen, atribui essa conquista ao trabalho que a empresa vem desenvolvendo para manter a média de vacinação. “Estamos acima do índice estipulado pelos órgãos internacionais. Nesses últimos anos, a Emdagro vem mantendo o índice de 96% de animais imunizados. Isso garante a Sergipe o status de área livre que, juntamente com os demais estados livres da aftosa, pode realizar comércio de animais vivos, produtos e subprodutos de origem animal com os demais estados da federação, bem como para outros países”.
Segundo a diretora, as vacinas já se encontram disponibilizadas nas principais casas agropecuárias do estado, as quais o próprio criador deverá adquirir a um preço que varia entre R$ 1,40 a R$ 1,60 cada.
O secretário de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Rural e da Pesca, Esmeraldo Leal, destacou a importância do trabalho realizado pela Emdagro. “A nossa diretoria tem sido extremamente rigorosa e isso é muito bom. Ao mesmo tempo em que divulgamos a ação, educamos, conscientizamos, convencemos as pessoas e fiscalizamos, o que resulta neste alto controle. Esse conjunto de coisas, a sensibilização das pessoas e a fiscalização, ajudaram muito o controle e tem uma importância extraordinária, porque além de preservar a qualidade dos nossos rebanhos, o que se reverte em qualidade do produto consumido pela população, também respeita a legislação brasileiras e tem um forte impacto econômico. O nosso rebanho, por ser comprovadamente livre da Aftosa tem acesso a mercados nacionais e internacionais, justamente pela qualidade garantida do produto”.
Esmeraldo ressaltou ainda, que todo o êxito conquistado pelo estado é fruto não só das ações desenvolvidas pelo Governo, mas do esforço conjunto da sociedade. “O papel do governo é fundamental, porque ajuda no controle e no processo de divulgação. Mas tanto o governo quanto a sociedade, criadores e todos que atuam nesta área, estão de parabéns e são reesposáveis por manter esta conquista”.
A doença
A Febre aftosa é uma enfermidade altamente contagiosa que ataca a todos os animais de casco fendido, principalmente bovinos, suínos, ovinos e caprinos. Dá-se em todas as idades, independente de sexo, raça, clima, dentre outros.
O vírus se isola em grandes concentrações no líquido das vesículas que se formam na mucosa da língua e nos tecidos moles em torno das unhas. O sangue contém grandes quantidades de vírus durante as fases iniciais da enfermidade, quando o animal é muito contagioso.
Quando as vesículas arrebentam, o vírus passa à saliva e com a baba infecta os alojamentos, os pastos e as estradas onde passa o animal doente. Resiste durante meses em carcaças congeladas, principalmente na medula óssea. Dura muito tempo na erva dos pastos e na forragem ensilada. Persiste por tempo prolongado na farinha de ossos, nos couros e nos fardos de feno.
Outras vezes o contágio é indireto e, nesse caso, o vírus é transportado através de alimentos, água, ar e pássaros. Também as pessoas que cuidam dos animais doentes levam em suas mãos, na roupa ou nos calçados, o vírus, o qual é capaz de contaminar animais sadios. Nos animais infectados naturalmente, o período de incubação, varia de dezoito horas e três semanas.
A gravidade da aftosa não decorre das mortes que ocasiona, mas principalmente dos prejuízos econômicos, atingindo todos os pecuaristas, desde os pequenos até os grandes produtores. Causa em consequência da febre e da perda de apetite, sob as formas de quebra da produção leiteira, perda de peso, crescimento retardado e menor eficiência reprodutiva. Pode levar à morte, principalmente os animais jovens. As propriedades que têm animais doentes são interditadas e os animais sacrificados, assim como das propriedades vizinhas e a exportação da carne e dos produtos derivados torna-se difícil, porque imediatamente as exportações do País são suspensas.
GTA
Sergipe foi o primeiro estado brasileiro a emitir a Guia de Trânsito Animal (GTA). A Guia é uma certidão do animal, que contém informações sobre a procedência da carga, o destino, a descrição dos animais e o calendário de vacinas. O documento também oferece facilidade para os criadores, que poderão consultar a Guia em todo o território nacional e segurança para a fiscalização, já que a comprovação da veracidade do documento é mais rápida. Para fazer qualquer movimentação de bovinos o produtor precisa da Guia de Trânsito Animal.
“Este controle é fundamental e é sempre conferido para que não haja incidência interna da doença em Sergipe e para que não haja risco de rebanhos externos contaminarem o nosso”, afirma Esmeraldo Leal.
Se o produtor fizer a vacinação e não declarar na Emdagro seu cadastro fica como inadimplente, ou seja, fica sem a Guia. A declaração pode ser realizada em qualquer um dos 39 escritórios da Emdagro ou onde a empresa tem parceria com a Prefeitura, no total, 71 locais estão disponíveis para o produtor.
“O documento permite que o animal transite e que o Serviço de Defesa Oficial faça a rastreabilidade desses animais. Primeiro a Guia garante que o animal foi imunizado, segundo se tiver foco de doença em uma determinada propriedade, imediatamente pelo sistema consegue rastrear o que entrou e saiu na propriedade. A Guia serve para toda espécie animal”, disse Salete Dezen.
Secretaria de Estado da Comunicação Social
Governo de Sergipe