Alba Valéria Mendonça, do G1 Rio
Os resultados dos exames feitos pelo governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, mostraram que ele tem linfoma não-Hodgkin. A divulgação foi feita no início da tarde desta quinta (24), no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, Zona Sul do Rio, durante coletiva com o próprio governador e a equipe médica responsável pelo seu atendimento. O linfoma não-Hodgkin é um tipo de câncer no sistema linfático que afeta o sistema de defesa do organismo.

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, foi diagnosticado com linfoma não-Hodgkin, a mesma doença que a presidente Dilma Rousseff teve. (Foto: arquivo/pessoal)
Segundo a equipe médica que cuida do governador, o tratamento vai iniciar nesta sexta (25), após uma etapa de preparação. A expectativa é que Pezão tenha alta hospitalar na terça (28), data em que completa 61 anos de idade.
O intervalo entre os ciclos de tratamento é de 21 dias, pois o organismo sofre os efeitos da quimioterapia.
“Isso não quer dizer que ele precise ficar isolado. Porém, temos que reconhecer que é uma situação diferente, de acordo com as necessidades do cargo. Estamos conversando sobre isso”, disse o oncologista Daniel Tabak, ressaltando que o tratamento, ao todo, deve durar entre seis e oito meses.
Durante a coletiva, Pezão garantiu que vai enfrentar a doença com determinação e firmeza.
“Tem coisas piores na vida. Tem coisas que Deus dá para a gente porque sabe que somos capazes de carregar. Eu sei que vou passar por isso daí e vou acabar mais forte”, afirmou.
Câncer do governador tem cura
Ainda segundo a equipe médica, o comprometimento ósseo é comum e, no caso do governador, duas vértebras foram atingidas.
“Mas o dado mais importante é que não existe nenhum comprometimento volumoso de linfonodomegalias. Não atingiu nenhum órgão crítico. Por isso, temos uma perspectiva boa. Mais de 70% dos pacientes ficam curados com este tipo de tratamento”, disse Tabak.
O tipo de linfoma diagnosticado nos exames é o anaplásico de grandes células T-ALK positivo que, segundo os médicos, é um dos mais agressivos, mas totalmente curável. O tratamento se estenderá por ciclos, sendo três dias de quimioterapia e 18 dias sem a medicação. Esses ciclos devem ser realizados de seis a oito vezes. Avaliações serão feitas ao longo do tratamento. E o governador não vai passar por nenhuma intervenção cirúrgica, a não ser a colocação de um cateter para receber a medicação.
“O câncer acontece em pessoas que não têm esse grau de impacto. Por isso, não podemos atribuir à atividade do governador. A recomendação médica é que ele seja preservado para conduzir de forma adequada o tratamento. Para que a periodicidade dos ciclos seja garantida”, destacou o médico, ressaltando que o linfoma do governador Pezão não é o mesmo da presidente Dilma Rousseff, que teve um linfoma das células B.
Pezão ficará 30 dias licenciado
Segundo o governador Pezão, em um primeiro momento ele ficará 30 dias licenciado, a partir de segunda. O vice-governador Francisco Dornelles fica no comando do Palácio Guanabara.
“A gente está em um momento difícil no país e a gente vinha tomando várias medidas. Fiquei feliz esta semana em ver o acordo da Dilma, que, junto com vários governadores, a gente vinha trabalhando há mais de um ano. Trabalhamos muito para isso e isso vai ajudar muito os estados. Vou ficar 30 dias fora, a princípio”, garantiu Pezão.
Há cerca de 20 dias, o governador começou a se sentir mal.
“Eu me senti muito mal desde o dia 4. Eu comecei a sentir sensações de tremores e parecia que tinha febre todos os dias. Quando eu estava na convenção do PMDB, eu me senti pior. Eu me senti muito mal à noite e também na hora de votar. Falei com o doutor Cláudio e ele me chamou para voltar, para pesquisar. Foram momentos difíceis. Porque a gente não sabia. Muita febre, eu suava muito”, afirmou.
Internado desde o dia 12
Pezão está internado desde 12 de março, quando chegou ao Hospital Pró-Cardíaco, para fazer exames de rotina e acabou sendo internado. Segundo os médicos, o governador apresentava uma alteração em uma das vértebras e os médicos começaram a investigar as possíveis causas.
Quando chegou ao hospital, Pezão teve febre alta e os médicos diagnosticaram uma sinusite. No dia 14, uma nota do governo informou que o paciente se recuperava de um quadro infeccioso, continuava com febre e iria passar por nova bateria de exames
.No dia seguinte, a informação era de que não havia um diagnóstico conclusivo. Na quarta (16), o governo emitiu nova nota esclarecendo que Pezão se recuperava, no quarto, e que seu estado clínico era bom.
Mas, dois dias depois, o governaer ser humano que nos honra governando o Estado nesse momento tão difícil”, afirmou no texto.
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