A médica pediatra Izailza Matos alerta às gestantes que trabalham em contato com pessoas infectadas pelo coronavírus de que elas devem procurar os serviços de Medicina do Trabalho de sua instituição para avaliar os riscos de sua atividade.
No caso das consultas de pré-natal, estas devem ser mantidas, entretanto a frequência deve ser avaliada por seu médico, evitando o excesso para não submeter a gestante a permanência em locais fechados ou com aglomeração de pessoas.
“Nunca é demais alertar que o vírus pode ser transmitido por meio das gotículas do nariz ou da boca que se espalham quando uma pessoa tosse, espirra ou fala. Daí a necessidade de manter dois metros de distância entre elas. Se a pessoa infectada espirra, tosse ou fala, as gotículas caem rapidamente no chão, e se a gestante respirar essas gotículas, pode se contaminar. Essas gotículas também podem pousar em objetos ou superfícies em volta das pessoas, como mesas, maçanetas, celulares, corrimões”, diz a mestre, professora de Medicina da Unit e presidente do Comitê de Aleitamento Materno da Sociedade Sergipana de Pediatria, Izailza Matos.
Ela lembra que estudos mostram que o vírus pode sobreviver 72 horas em plástico e aço inoxidável, menos de quatro horas em cobre e menos de 24 horas em papelão.
Se a gestante tocar nesses objetos ou superfícies com as mãos ou outra parte do corpo e, em seguida, tocar olhos, nariz ou boca, pode se contaminar. Portanto, a lavagem regular das mãos com técnica correta por no mínimo 20 segundos, ou uso do álcool em gel 70%, deve ser aderida por todas as futuras mamães, bem como é indispensável o uso de máscaras de tecido, tendo o cuidado com a higienização dessas máscaras e troca a cada duas horas.
Os sintomas mais comuns ocasionados pela COVID-19 são febre, tosse, falta de ar, dor muscular e fadiga. Os menos comuns por sua vez são falta de paladar e de sentir cheiro repentino, congestão conjuntival, falta de apetite, produção de catarro, dor ao engolir, dor no peito, escarros com sangue, tontura, cefaleia, confusão mental, náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal. Caso a gestante apresente algum desses sintomas, deve entrar em contato imediatamente com seu médico. O período da contaminação até o aparecimento dos sintomas varia de dois a 14 dias com uma frequência maior de cinco dias.
A médica pediatra lembra que até o momento não foi identificada a transmissão da gestante para o seu bebê. “Estudos realizados com o sangue do cordão umbilical, líquido amniótico e leite materno foram negativos para a COVID-19.”
Em relação à imunidade, a doutora Izailza considera que os estudos sugerem que os anticorpos induzidos pelo vírus são protetores, mas não se sabe quanto tempo vai durar.
“Para comprovar o diagnóstico, o exame Sars-CoV-2 (RT-PCR), utilizando swab nasal, oral ou aspirado de nasofaringe, é o método conclusivo até o momento e deve ser coletado entre o terceiro e sétimo dia do início dos sintomas. Na avaliação sorológica específica para detectar anticorpos do Sars-CoV-2, surge primeiro a positividade do IgM e depois a do IgG que pode aumentar quatro vezes seu valor inicial na fase de recuperação da doença”, lembra.
Segundo a doutora, o local de parto deve ser o hospitalar, as maternidades adotam normas de segurança para evitar a transmissão da doença, como a proibição de visitas ou mesmo do acompanhante para o trabalho de parto, parto e alojamento conjunto.
Gestantes com a COVID-19 ou suspeita devem informar ao seu médico, para que seja notificada. Caso entre em trabalho de parto na vigência da doença, todas as medidas de precaução para não propagação do vírus serão tomadas por toda a equipe de saúde.
“O contato pele a pele é contraindicado, pois o contato do recém-nascido com secreção materna pode contaminar o bebê. Estudos mostram a presença do vírus em amostras de sangue, urina e fezes maternas. Por esse motivo, ele deve ser secado, aquecido e em seguida dado o banho. A amamentação deve ser mantida com as precauções necessárias, como lavagem das mãos antes e depois que tocar ou amamentar o bebê, usar máscara cirúrgica cobrindo todo o nariz e a boca. Se tossir, espirrar ou falar quando estiver amamentando, tem que trocar a máscara; trocar também a cada amamentação. Se a mãe não estiver em condições de amamentar ou não quiser amamentar, o leite pode ser ordenhado e oferecido por um profissional da saúde ou um familiar saudável no copinho para o bebê”, explica a pediatra.
Segundo a doutora Izailza, a gestante confirmada ou com suspeita da COVID-19 pode ficar em alojamento conjunto com seu filho e o acompanhante de sua escolha. O berço do bebê deve ficar a dois metros de distância da cama da mãe que precisa permanecer todo o tempo com máscara cirúrgica, trocada a cada duas horas ou sempre que ficar úmida. A alta do hospital deve ser segura, respeitando as condições clínicas do binômio mãe/bebê, podendo ser 24 horas para o parto normal e 48 horas para o parto cesariano.
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Assessoria de Imprensa/Unit