O início dos anos 90 do século passado marcou para o Carnaval de Pirambu a posição de melhor de Sergipe, e definitivamente com a realização do Pré-Caju, que a partir de 1992 constituiu-se ou converteu-se no Carnaval de Aracaju, passamos a condição de campeão absoluto no que diz respeito ao público e atrações, programação e infra-estrutura. Aqui era realizado o melhor e maior carnaval de Sergipe.
A partir de 2008, com o advento da retomada do Rasgadinho de Seu Leopoldo em Aracaju, com a diminuição de investimentos para o Carnaval de Pirambu e a criatividade em baixa, Neópolis passou definitivamente a condição de melhor Carnaval de Sergipe, ainda que até 2010 não tenha reunido um público superior ao nosso. Pirambu já não fazia o melhor carnaval, mais ainda era o maior – isto é fato e os dados são insofismáveis. Esta tendência de diminuição do fluxo permanente deu-se com a inauguração da Rodovia SE 100 e Ponte da Amizade (Pirambu/Barra dos Coqueiros) há 10 anos, mas preservando e aumentando o fluxo flutuante (daqueles que vinham pelo dia e retornavam as suas cidades pela noite) – o que se confirmou em 2007, depois da inauguração da Ponte Zé Peixe (apesar de chamá-la Construtor João Alves, sempre vamos chamá-la assim) em 2006.
Como rabo-de-cavalo
Com a não realização dos arrastões a partir de 2011, Pirambu que já não realizava o melhor Carnaval de Sergipe desde 2007, agora já não realizava o maior do estado, perdendo também a posição para Neópolis e agora Canindé do São Francisco. Atualmente, na melhor das avaliações (e não temos esta em definitivamente nem parâmetros para classificar sua ordem crescente e decrescente) o Carnaval de Pirambu situa-se na quinta colocação, superado mais uma vez pelo “mela-mela” de Neópolis, pela “folia do sertão” de Canindé do São Francisco e carnavais que se consolidam, como Nossa Senhora do Socorro, Estância, isto por que não incluímos o “carnaval dos carnavais” da “velha capi” (São Cristóvão) e o Rasgadinho de Seu Leopoldo (Aracaju).
Apostar em suas próprias forças
Não acreditamos que o Carnaval de Pirambu precise de “salvadores” da pátria, nem em “varinhas de condão”, ou “caldeirões de magia”, mas em suas próprias forças, criatividade e planejamento, quem sabe com a incorporação em sua programação das iniciativas bem sucedidas, incentivando outras de forma a assegurar o caráter popular da festa mais popular do mundo em nossa cidade, que precisa caminhar com suas próprias pernas, desvinculando-se de modelos prontos e acabados.
Texto: Claudomir Tavares | foto: Ascom/Pirambu