A comemoração das três datas simbólicas para a crença nordestina – os dias de homenagem a Santo Antônio (13/06), São João (24/06) e São Pedro (29/06) – não é apenas alegria e diversão para a população. É um período forte de movimentação para a economia do Sergipe, principalmente no setor do turismo, gerando emprego e renda apesar da crise por qual passa o Brasil. Levando em conta que pelo menos 30 mil turistas vão comemorar por aqui as festas, é fácil calcular.
Cada turista que nos visita nesse período gasta cerca de R$ 600,00 (seiscentos reais), durante os três dias de estadia, representando R$ 18 milhões injetados na economia local, principalmente na capital sergipana que tem duas festas de sucesso: Vila do Forró, na orla da Atalaia; e Forró Caju na área dos mercados centrais. Por noite, os dois eventos reúnem mais de 100 mil pessoas, para dançar forró ao som de artistas locais e nacionais. O negócio é arear a fivela.
Em boa parte dos municípios sergipanos os festejos juninos são comemorados nos 30 dias do mês de junho, com fogueiras, milho assado, laranja, macaxeira, amendoim e outras delícias da culinária local que ajudam a alavancar a renda dos agricultores que têm nessas lavouras sua principal fonte de sustento.
Mesmo com as dificuldades do atual momento da economia, os comerciantes e vendedores ambulantes, localizados no entorno dos mercados centrais de Aracaju – Antônio Franco, Thales Ferraz e Albano Franco – e na Ceasa, comemoram a chegada do período, garantia de um bom incremento na renda.
Exemplo disso são as bancas de milho verde no mercado da Ceasa, bairro Getúlio Vargas. A mão de milho este ano tem preço que varia entre R$ 20,00 e R$30,00. José Adriano Siqueira, vendedor com mais de 20 anos de experiência, tem expectativa de que o negócio flua bem esse ano. Acredita que venderá rapidamente os três caminhões de milho que trouxe ao Ceasa. “Apesar da crise conto com boas vendas, já que o preço está bem mais em conta devido à boa safra”.
Outros produtos que não podem faltar na mesa de comida típica junina são a laranja e o amendoim. No Ceasa o saco da laranja com 100 unidades tem sido vendido a R$16,00. Nesse ano o seu Carlos chegou ao estabelecimento com 14 toneladas de laranjas e espera vendê-las rapidamente. Já o famoso amendoim cozido, pode ser comprado entre R$2,00 e R$3,00 a lata de um litro.
Para corroborar essa movimentação positiva na economia, os taxistas também apostam nos festejos juninos. Segundo o vice-presidente de Relações Públicas do Sindicato dos Taxistas do Estado de Sergipe (Sintax/SE), Gerson Ferreira da Silva, depois de um período de perdas de até 60% no movimento, a previsão para os festejos é recuperar essa perda e garantir um incremento de pelo menos 20%. Crescimento entre 20% e 25% também é esperado nos bares e restaurantes das orlas da Atalaia, Aruana e Sarney, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Sergipe (Abrasel/SE).
Na aviação, a Infraero diz que para junho e julho em Sergipe há previsão de 10% de crescimento no número de passageiros que chegam a Aracaju, segundo o superintendente Luiz Alberto Bittencourt. Em maio, entre embarque e desembarque, o Aeroporto Santa Maria recebeu 95.908 viajantes. Assim, em junho mais de cem mil pessoas vão passar pelo local. Movimento forte é previsto, também, para o Terminal Rodoviário José Rollemberg Leite. É esperado o desembarque de 17.800 passageiros e a colocação de 141 ônibus extras para atender a demanda no período de 20 (segunda-feira) até 27/06 (segunda-feira). No mesmo período é esperado uma média diária de 2.500 passageiros para embarque/desembarque na rodoviária.
As festas no interior
Apesar da crise e das dificuldades, os festejos juninos são comemorados – e bem comemorados – no interior de Sergipe. Não é sem razão que o estado é conhecido como “país do forró”. São diversos festejos juninos distribuídos por todas as regiões do estado, desde o mais tradicional – com cavalgadas, comidas típicas e os trios de forró pé de serra – até grandes eventos com mega shows musicais. Todos os gostos são contemplados no período junino em Sergipe.
Em Estância, a tradição se dá por conta da guerra de espadas e da corrida de barcos de fogo. Tombado como patrimônio cultural imaterial de Sergipe, o barco de fogo, assim como as espadas, são alegorias pirotécnicas que criam um visual bonito e chamativo, além de serem símbolos da cultura sergipana.
Japaratuba e Carmópolis também são opções para quem preferir uma festa mais tradicional. Com grupos folclóricos como o Batalhão dos Bacamarteiros, além de quadrilhas juninas. As festas nesses municípios são ótimas opções do São João mais clássico.
Em Lagarto a programação do São João Cultural acontece entre os dias 23 e 25 e promete vários shows com apresentações de quadrilhas do som na praça com Arraiá Sete panos;Max Mariano; quadrilha buscapé; Os Cabras do Sertão; Antônio Lisboa e Cia Yure Ferrerones.
O Forró de Paz e Amor, do município de Areia Branca, é um dos mais tradicionais do estado. O Forródromo, construído em 1992, ajudou o município a consolidar a reputação de grande festa, atraindo visitantes de várias regiões do país. Um café da manhã de comidas típicas, conhecido como Comunhão do Forró, é comercializado após as noites de festa. Neste ano, as atrações musicais terão a companhia da programação religiosa, além da tradicional cavalgada.
No município de Capela, diversas atrações musicais regionais e nacionais vão agitar a cidade durante o período de São Pedro. Mas a grande particularidade dos festejos locais é a famosa Festa do Mastro. Surgida em 1939, milhares de pessoas vão à Mata do Junco e cortam uma árvore de grande porte para ser conduzida até a Praça de São Pedro, onde o mastro é colocado e depois queimado como uma grande fogueira.
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Ascom/Setesp