A Federação dos Empregados no Comércio no estado de Sergipe está na luta por um acordo coletivo que inclui rejeição de banco de horas, jornadas excessivas de trabalho e várias retiradas de direitos e garantias. Com data-base em janeiro e maio, os trabalhadores dos diversos segmentos do comércio estão sem convenção coletiva fechada e , segundo a federação, a categoria enfrenta retrocesso e cortes de direitos.
O presidente da federação, Ronildo Almeida, que também preside a União Geral dos Trabalhadores (UGT) em Sergipe, mandou um recado para os quase 100 mil trabalhadores do comércio em Sergipe ao declarar apoio à paralisação dos caminhoneiros.
“A mobilização dos caminhoneiros mostra que com união é possível mudar a história. A categoria revela sua força e unidade para a luta. Nós que fazemos o movimento sindical temos que aplaudir e ser solidário porque esse movimento é um exemplo para diversas categorias que estão sem reajuste salarial, com conquistas importantes sendo retiradas; sendo humilhado, perseguido, assediado, e na maioria das vezes não reage à altura. Está na hora do trabalhador se valorizar”, disse Ronildo Almeida.
O sindicalista lembra que os comerciários, por exemplo, são representados por entidades organizadas que participam ativamente das mobilizações nacionais em defesa da classe trabalhadora, mas lamenta que é que a categoria tem uma participação tímida nas manifestações por melhores salários e condições de trabalho.
“É preciso ter disposição e lutar porque não temos alternativa. O comerciário tem data-base, alguns em janeiro e outros em maio, e estão sem acordo. Até agora a convecção coletiva de trabalho não foi fechada porque o setor patronal não quer pagar hora extra, impõe banco de horas, baixos salários e jornadas excessivas, retirando aquilo que conquistamos em anos de luta. O trabalhador não está reagindo o suficiente para conquistar avanços e mostrar ao patrão que merece respeito. Temos deveres, mas também temos direitos”.
A Federação dos Empregados no Comércio de Sergipe continua na luta para impedir que os comerciários trabalhem nos feriados, nas datas que estão fora do acordo com o sindicato. “Os patrões estão impondo a abertura em todos os feriados. Conquistas garantidas à categoria na Justiça estão sendo questionadas pelo setor patronal por meio de limares. Se essa não é a hora certa de reagir, quando será? Depois que perder o emprego? O trabalho intermitente (contrato onde o funcionário é chamado para desempenhar suas atividades de forma esporádica), regulamentado pela reforma trabalhista, está sendo colocado em prática”, adverte o sindicalista.
Ronildo afirma que o brasileiro precisa ampliar o seu olhar para a situação do país visto que a greve dos caminhoneiros é um problema pontual, embora sirva como alerta para o governo. “Não será a redução dos preços dos combustíveis que irá resolver o problema do Brasil. Temos que lembrar que foram retiradas conquistas dos trabalhadores através da aprovação da reforma da previdência e da lei de terceirização e temos ainda pela frente a reforma da previdência como ameaça”.
Diante de um cenário com retrocessos e cortes de direitos, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos filiados convocam a categoria petroleira para uma greve nacional de advertência de 72 horas a partir desta quarta-feira (30). “A democracia é um grande modelo de governo, tem as suas dificuldades, mas o importante é que o povo continua tendo a opção de se manifestar por meio do voto e das suas lutas de classe”, avalia o presidente da Fecomse e UGT.
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Fonte: Fecomse