O fechamento de agências bancárias e de postos de atendimentos bancários em Sergipe tem provocado a sobrecarga de trabalho nos bancários e o aumento do tempo de espera de atendimentos dos clientes. O alerta é o Sindicato dos Bancários do Estado de Sergipe (Seeb/Se) que aponta encerramento de atividades em pelos menos 12 estabelecimentos no estado.
De acordo com a presidente do Seeb/SE, Ivânia Pereira, parte das agências e postos de atendimento fechados tiveram registros de sinistros (explosões, incêndios, assaltos) e outras tiveram as atividades encerradas por decisão dos próprios donos de banco. “Algumas que foram sinistradas ou explodidas não foram reabertas e outras foram fechadas por decisão dos próprios banqueiros, apesar dos apelos feitos pelo Sindicato dos Bancários para as diretorias e as autoridades políticas”.
Ivânia alerta que o fechamento de parte dos estabelecimentos redireciona os atendimentos para outros pontos, cujos funcionários acabam sofrendo com excesso de trabalho. “Todos os bancos têm um déficit de funcionários. Quando há um fechamento, os funcionários são redirecionados, mas os clientes também. Então, aquele novo local de atendimento continua com alto número de clientes e poucos funcionários. Além disso, os bancos em geral têm aumentado no número de clientes e de ofertas. Isso aumenta o índice de adoecimento da categoria em decorrência da pressão que é feita sob o funcionário para que ele atenda a demanda que seria para três ou quatro funcionários”, detalha.
A principal consequência do fechamento de agências e pontos bancários e do déficit de funcionários, conforme a presidente do Seeb/SE, é o aumento no tempo de espera pelo atendimento. “Quando você chega em uma agência, você sempre vai ouvir reclamação de clientes, dizendo que há 10 caixas, mas somente 2 ou 3 funcionários trabalhando”. Ivânia revela que no interior, em alguns casos, idosos precisam viajar até outras cidades para sacar a aposentadoria. “Eles têm que fretar carro ou ir de ônibus, ficando muitas vezes vulneráveis a assaltos durante o trajeto”.
Ainda de acordo com Ivânia, o Seeb/SE solicitou uma reunião do Comitê de Segurança Bancária de Sergipe com a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe. O objetivo é definir ações de segurança pública para atrair a reabertura de agências e pontos bancários. “No interior, por exemplo, o grande problemas é que os bancos estão se recusando a abrir agências sinistradas porque não a delegacia tem apenas uma policial e uma viatura. Então, é preciso garantir o mínimo de segurança para que essas agências consigam funcionar”.Para Ivânia, as autoridades precisam se mobilizar para impedir novos fechamentos de agências e pontos bancários. “Em muitos casos, os estabelecimentos podem ser reabertos, mas é preciso uma mobilização de prefeito, vereadores e deputados junto ao Banco Central”.
SSP
A SSP esclareceu que este ano houve apenas uma explosão em agência bancárias em Sergipe e três no ano passado. Evitamos uma explosão que aconteceria em Simão Dias, com seis suspeitos mortos e três presos, no início de abril. As investigações do caso deste ano conforme a SSP, estão em andamento e todos os casos do ano passado foram solucionados, com prisões e suspeitos mortos em confronto com a polícia.
Ainda segundo a SSP, a maioria dos casos citados pelos representantes dos bancos são pequenos incêndios em cashs provocados por moradores de rua, muitos deles sem comprometer o total funcionamento das agências e todos eles com o imediato atendimento da PM, Corpo de Bombeiros e Perícia.
A SSP destacou que pela lucratividade que têm e por prestar serviços a uma grande quantidade de pessoas, é preciso que os bancos façam um diagnóstico e invistam em seus sistemas de segurança, já que boa parte dos crimes atingem o patrimônio desses grupos.
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Por Verlane Estácio