O Governo encerrou no dia 1º de Junho a primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa em Sergipe. Cerca de 90% do rebanho, do total de 1,2 milhão animais, foi vacinado. Atualmente, esse quantitativo de animais está distribuído entre os mais de 42 mil criadores sergipanos. A segunda etapa da vacinação ocorre em novembro.
Segundo a diretora de Defesa Vegetal da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Salete Dezen, nessa primeira fase, foram imunizados cerca de um milhão de animais. “Até agora, estamos com um saldo positivo de 90% do rebanho imunizado. Os criadores que ainda não vacinaram o rebanho dentro do prazo deverão fazê-lo, mediante pagamento de multa”, disse.
Sergipe está no 20° ano em que não são registrados casos da doença, possibilitando o comércio dos animais vivos, produtos e subprodutos de origem animal com os demais estados da federação e outros países. De acordo com a diretora Salete Dezen, essa conquista deve-se ao trabalho que o governo vem desenvolvendo em parceria com a Emdagro para manter a média de vacinação. “Estamos acima do índice estipulado pelos órgãos internacionais. Nesses últimos anos, estamos mantendo o índice de 96% de animais imunizados’’, conta.
De acordo com informações da Emdagro, sem o registro de regularização das vacinas, os criadores ficam impossibilitados de emitir a Guia de Trânsito Animal (GTA). Sergipe foi o primeiro estado brasileiro a emitir a certidão, que contém informações sobre a procedência da carga, destino, descrição dos animais e o calendário de vacinas. O documento também oferece facilidade para os criadores, que poderão consultar a Guia em todo o território nacional e segurança para a fiscalização, já que a comprovação da veracidade do documento é mais rápida. Para fazer qualquer movimentação de bovinos o produtor precisa da Guia de Trânsito Animal.
A doença
A Febre aftosa é uma enfermidade altamente contagiosa que ataca a todos os animais de casco fendido, principalmente bovinos, suínos, ovinos e caprinos. Dá-se em todas as idades, independente de sexo, raça, clima, dentre outros.
O vírus se isola em grandes concentrações no líquido das vesículas que se formam na mucosa da língua e nos tecidos moles em torno das unhas. O sangue contém grandes quantidades de vírus durante as fases iniciais da enfermidade, quando o animal é muito contagioso.
Quando as vesículas arrebentam, o vírus passa à saliva e com a baba infecta os alojamentos, os pastos e as estradas onde passa o animal doente. Resiste durante meses em carcaças congeladas, principalmente na medula óssea. Dura muito tempo na erva dos pastos e na forragem ensilada. Persiste por tempo prolongado na farinha de ossos, nos couros e nos fardos de feno.
Outras vezes o contágio é indireto e, nesse caso, o vírus é transportado através de alimentos, água, ar e pássaros. Também as pessoas que cuidam dos animais doentes levam em suas mãos, na roupa ou nos calçados, o vírus, o qual é capaz de contaminar animais sadios. Nos animais infectados naturalmente, o período de incubação, varia de dezoito horas e três semanas.
A gravidade da aftosa não decorre das mortes que ocasiona, mas principalmente dos prejuízos econômicos, atingindo todos os pecuaristas, desde os pequenos até os grandes produtores. Causa em consequência da febre e da perda de apetite, sob as formas de quebra da produção leiteira, perda de peso, crescimento retardado e menor eficiência reprodutiva. Pode levar à morte, principalmente os animais jovens. As propriedades que têm animais doentes são interditadas e os animais sacrificados, assim como das propriedades vizinhas e a exportação da carne e dos produtos derivados torna-se difícil, porque imediatamente as exportações do País são suspensas.
Fonte: Agência Sergipe