O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato na corte, decidiu neste sábado (20) levar ao plenário do Supremo a análise da petição da defesa do presidente Michel Temer que pede a suspensão do inquérito aberto para investiga-lo por suspeita de corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.
A análise do pedido pelo plenário do STF deve ocorrer na quarta-feira (24). Na mesma decisão, Fachin determinou que a Polícia Federal faça uma perícia no audio da conversa entre Temer e o dono da JBS, Joesley Batista.
A decisão atende em parte a petição da defesa de Temer, protocolada mais cedo neste sábado. Na petição, os advogados do presidente pedem que Fachin suspenda o inquérito após reportagem do jornal “Folha de S. Paulo” informar, com base na opinião de peritos, que o audio da conversa entre Temer e Batista foi editado.
“Por todo o exposto, Eminente Ministro, a defesa do Presidente Michel Temer, vem, por meio da presente petição, requerer que V. Excelência determine a SUSPENSÃO do inquérito instaurado, até que se realize uma perícia no áudio constante da fita da gravação da conversa objeto desses autos, devendo, para tanto, ser nomeado por um perito para proceder ao seu exame e para responder aos questionamentos do D. Relator e das partes, Defesa e Ministério Público”, diz o texto da petição.
O pedito foi protocolado logo após pronunciamento de Temer no Palácio do Planalto, em que o presidente afirmou que a gravação feita por Batista foi “clandestina, manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos.”
Depois do pronunciamento de Temer, o advogado Francisco Assis, que participou do acordo de delação da JBS, afirmou que não houve edição do áudio e divulgou a seguinte nota:
“O áudio reflete uma gravação amadora feita por Joesley, tem 38 a 40 minutos, foi o tempo contando entrada e saída do local. Não há absolutamente nenhuma edição. Temos cópia do material original, está sendo mantida em local seguro. Entendemos o argumento da defesa de questionar, mas lembramos que Temer não nega a reunião e nem os assuntos tratados. Pretendemos fazer uma perícia própria e de forma alguma nos opomos a uma perícia. Só esperamos que o governo não use o sistema para tentar anular o áudio.”
Por G1, Brasília
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