O deputado federal Fábio Reis é aliado de primeira hora do governador Jackson Barreto. Não é sem propósito que ambos são do mesmo partido, o PMDB, e que toda a família Reis, tradicional em Lagarto, está totalmente engajada no projeto de reeleição de JB. Até mesmo a deputada estadual Goretti Reis, do DEM, desde sempre alinhada ao prefeito João Alves Filho, e que até já foi simpática ao projeto da oposição, do senador Eduardo Amorim (PSC), já declarou apoio ao governador Jackson Barreto.
É por causa de todo esse alinhamento que Fábio Reis tem propriedade para afirmar que “agora chegou a hora” de Jackson Barreto pensar em política”. “De planejar e partir para luta”, complementa. E explica: “Não disse isso a ele ainda por falta de oportunidade, mas ele sabe o quanto ele já foi traído no passado, quantas vezes as forças das oligarquias já impediram ele de governar Sergipe com golpes sorrateiros”.
“Parafraseando Cazuza hoje eu poderia dizer: “Eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades”. Espero que Jackson tenha aprendido com o passado, hoje o comando é dele, e nesse cenário é melhor surpreender que ser surpreendido”.
Abaixo a entrevista na íntegra:
247 – O PMDB tem discutido alianças com que partidos?
Fábio Reis – No arco de sua aliança, o PMDB tem aglutinado e discutido com a base de partidos que elegeu Déda e Jackson. Podemos citar o PT, PSB, PSD, PRB, PDT, PC do B, entre outros.
247 – É grande a possibilidade de aliança do PMDB com o DEM?
FR – O governador Jackson Barreto tem conduzido pessoalmente as conversações sobre a manutenção do bloco atual e o ingresso de novos partidos. Eu pessoalmente vejo com muita simpatia essa aliança. Alguns integrantes do DEM, como o deputado federal Mendonça Prado e a deputada estadual Goretti Reis, além do prefeito de Estância, Carlos Magno, já demostraram interesse em formar aliança com o PMDB.
247 – O PSB deve sair ao lado de Jackson, mantendo unida a base aliada ao governo?
FR – Eu não posso falar pelo PSB, o que o partido deve fazer. Como partidário do PMDB, devo externar que devemos sim dialogar até onde for possível, para mantermos essa aliança. Não podemos subestimar o peso do PSB, mas também não podemos dizer que ninguém é insubstituível. O PMDB hoje tem o melhor nome e as melhores condições de vencer as eleições. A grande questão do PMDB hoje é ter paciência e sabedoria para poder contemplar o anseio de um grande números de partidos querendo participar da nossa chapa majoritária. Não vejo esse problema com nossos adversários.
247 – O PSC tem conversado com o PSB. Você acredita que Valadares sairá ao lado de Amorim?
FR – Na política atual o que mais se vê dentro dos partidos é o pragmatismo e os interesses pessoais acima da ideologia política. Em Sergipe muitos aliados de hoje já foram adversários de ontem. Para mim não seria surpresa, mas acredito e torço para que o PSB esteja na nossa aliança. Se isso não for possível, que cada um procure seu caminho e que o povo decida quem deve governar Sergipe por mais quatro anos. O que eu posso afirmar é que Jackson sempre foi leal e fiel a Valadares em todas as eleições, desde quando ele foi eleito senador pela primeira vez e nas seguintes… Sempre trabalhando como leão, para tentar eleger Valadares Filho como prefeito de Aracaju e esteve ao lado do PSB e de Belivaldo pela disputa pela vaga do TC. Por isso acho que não há motivos para rompimento do PSB conosco.
247 – O que falta para Jackson Barreto definir sua chapa? Ele está demorando demais? Parece que hoje o PMDB e o PSC estão aguardando o posicionamento do DEM. Até quando o PMDB vai esperar, qual o prazo final para a definição?
FR – Jackson assumiu um governo de transição. Colocou um pouco da sua cara no governo. Ampliou a rotina de trabalho com dinamismo e eficiência. Agora chegou a hora de pensar em política. De planejar e partir para luta. Não disse isso a ele ainda por falta de oportunidade, mas ele sabe quanto ele já foi traído no passado, quantas vezes as forças das oligarquias já impediram ele de governar Sergipe com golpes sorrateiros. Parafraseando Cazuza hoje eu poderia dizer: “Eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades”. Espero que Jackson tenha aprendido com o passado, hoje o comando é dele, e nesse cenário é melhor surpreender que ser surpreendido.
247 – Você acha correto que cargos comissionados indicados pelo PSB ainda estejam no governo? O PSB é governo ou não?
FR – É um risco, né? O PSB está se beneficiando da estrutura de governo, mesmo sem estar fechado com o PMDB. Este risco é assumido de forma pessoal pelo governador, e respeitado, mesmo que a contra gosto pela base aliada.
247 – Quem será o coordenador da campanha de Jackson ao governo?
FR – Como já falei anteriormente, o governador fez pequenas mudanças na cara do governo e se dedicou integralmente ao trabalho pelo estado. É um homem que trabalha 16 horas por dia, vive para o povo. Posso afirmar que Jackson, desde que assumiu o governo nunca tratou de política, acho que estamos no limite. Nossos adversários são fortes e são articulados, até porque fazem política 24 horas por dia. Precisamos começar a falar de política, discutir alianças. Acho que está na hora de Jackson surpreender e não ser surpreendido.
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