Passar o dia na praia ou curtindo uma piscina são programas certos para se divertir no verão. Mas é importante ficar atenta aos problemas do excesso de exposição ao sol e suas consequências para a pele, que vão desde o envelhecimento precoce até o câncer.
Para evitar danos estéticos e diminuir os casos da doença, o melhor caminho é investir no protetor solar. Reunimos as principais dúvidas sobre proteção solar para a pele e cabelo e fomos atrás das respostas para você aproveitar o verão de forma segura.
O que um bom protetor solar deve ter?
O primeiro ponto é o fator de proteção solar (FPS), que deve ser, no mínimo, 30, tanto para o rosto quanto para o corpo. Além de combater os raios UVB, responsáveis pela vermelhidão, o filtro deve ter proteção equilibrada contra a radiação UVA (vilã do envelhecimento cutâneo), indicada pela sigla PPD (Persistent Pigment Darkening). A Sociedade Brasileira de Dermatologia indica que o ideal é um PPD de 1/3 do valor do FPS. Ou seja: um filtro com FPS 30, obrigatoriamente, deve ter PPD10. Todos os produtos liberados pela Anvisa têm algum fator de PPD descritos no rótulo.
Qual a medida certa para cada parte do corpo?
A regra são nove colheres de chá: uma para o rosto e o pescoço, duas para o tronco (frente e costas), uma para cada braço e duas para cada perna. “Isso equivale a 200 ml por aplicação, que é o tamanho padrão do frasco, o que daria para dois dias. Portanto, não dá para trazer o frasco de volta das férias”, diz a dermatologista Daniela Lemes, do Rio de Janeiro. No caso do spray, o certo é borrifá-lo bem perto da pele, fazendo movimentos de vai e vem, como se estivesse “pichando” o corpo.
Quanto mais alto o FPS, maior a eficácia?
Acima de 30, há pouca diferença. “Um filtro com esse FPS protege em torno de 97% dos raios solares, enquanto um de FPS 70 bloqueia cerca de 99%”, diz a dermatologista Paola Costa. Como as pessoas ainda aplicam menos do que o recomendado, os especialistas indicam fatores mais altos para garantir uma proteção eficiente.
Como deve ser a reaplicação?
Independentemente da textura (spray, loção, gel), o fotoprotetor deve ser aplicado meia hora antes da exposição. A primeira reaplicação precisa ser feita já quando chegar à praia (ou piscina) e, depois, a cada duas horas e após um mergulho ou suor excessivo.
As fórmulas com cor protegem mais?
O pigmento forma uma barreira física, sendo eficaz principalmente para proteger peles com manchas. É uma ótima opção para uso diário, já que ainda oferece cobertura para camuflar imperfeições. “Não costumo indicá-lo para usar na praia por causa da reaplicação. Há chances de o rosto ficar com uma coloração muito escura”, diz Daniela Lemes.
As maquiagens com FPS são suficientes para proteger a pele do sol?
As maquiagens com FPS são boas opções para aumentar a proteção diária, mas devem ser usadas junto com um protetor solar. “A maioria apresenta FPS menor do que 20 e não são resistentes a água e suor. Por isso, é melhor que sejam usados por cima do filtro solar”, explica a dermatologista Paola Garambone.
Como agem os protetores em cápsula?
Derivadas de extratos vegetais, como o Polypodium leucotomos, as cápsulas inibem a pigmentação e previnem a vermelhidão. “São indicadas para quem tem pele sensível, muito clara ou com propensão a manchas”, diz a dermatologista Paola Costa. Para fazer efeito, devem ser ingeridas diariamente, pelo menos 20 dias antes de se expor ao sol. “E não substituem o filtro tópico. São apenas um complemento.”
Os lábios também precisam de proteção?
Segundo a dermatologista Flávia Novis, os lábios necessitam de uma atenção especial. “São áreas sensíveis, desprovidas de camada córnea, e que sem fotoproteção podem ressecar e apresentar lesões pré-malignas e até câncer de pele”, afirma. Além disso, pessoas propensas a patologias como herpes labial, ao se exporem ao sol, podem desencadear o seu aparecimento.
Usar muito filtro atrapalha a produção de vitamina D?
O uso diário do fotoprotetor não impede a formação da vitamina D no organismo. “As pessoas aplicam o produto apenas no rosto. Com os altos índices de radiação que temos no Brasil, bastam 15 minutos diários de sol nas pernas ou nos braços descobertos para sintetizar a vitamina. É algo que conseguimos andando narua”, afirma Paola Costa.
Qual o jeito certo de proteger os fios e o couro cabeludo?
Boa parte dos melanomas aparece no couro cabeludo e mulheres que têm queda acentuada dos fios também correm risco. Por isso, é indispensável o uso de chapéus de tecido, finalizadores e sprays com FPS. O hairstylist Marcos Proença indica a linha Solar Sublime, da L’Oreal Professional [veja na galeria abaixo], para proteger o cabelo das agressões do sol, mar e cloro.
O cabelo descolorido preciso de cuidado redobrado?
“Todos devem proteger os fios, mas pessoas com cabelos finos ou claros estão mais suscetíveis aos danos dos raios solares, por isso a proteção deve ser redobrada”, afirma o cabeleireiro. Ele explica que que os fios com químicas, incluindo a coloração, tendem a ficar mais porosos e, quanto mais poroso, mais proteção o cabelo precisa. Além disso, há a questão da “fotodegradação”, que é o processo de alteração da cor devido à exposição solar. “Uma pessoa que tem o cabelo colorido com química, seja loira ou outra cor, tem que proteger mais o cabelo do que uma pessoa que tenha o cabelo virgem.”
Deve-se passar algum produto no cabelo imediatamente após sair do mar ou piscina?
“Diria que existe uma fórmula para cuidar do cabelo na estação: antes de expor o cabelo às agressões do sol, mar e piscina é bom fazer um tratamento e cortar as pontas; durante a exposição é preciso usar proteção solar e após voltar da praia ou piscina, pode-se lavar com um shampoo anti-resíduos e aplicar uma máscara em casa.”
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Fonte: Revista Marie Claire/Globo.com.