Disposta a fazer o seu próprio itinerário político, varrendo de uma vez por todas qualquer tipo de vínculo ou dependência do ex-marido Messias Sukita, Silvany Mamlak, prefeita de Capela, impôs a ele, na noite desta quinta-feira, 30 de agosto, uma fragorosa derrota na eleição pela disputa da Presidência da Câmara Municipal capelense.
A habilidade política da “nova” Silvany Mamlak e a aliança democrática e nada impositiva com a maioria dos componentes da Câmara de Capela derrotaram o projeto de Sukita e do próprio irmão dele, o vereador Adalto Sukita, ou José Adaltro Santos, eleito pelo PTN, de mando eterno no Legislativo.
Há meses, Adalto Sukita havia comunicado a Silvany Mamlak que iria fazer, antecipadamente, a eleição para o comando da Câmara Municipal na próxima legislatura, que vai de 1° janeiro de 2019 a 1° de janeiro de 2021 – dois anos. No estilo dos Sukita, ou seja, na base arrogância, o Sukita vereador apenas comunicou que faria a eleição e deixou claro como a luz do sol que não necessitaria de Silvany para nada nesse processo.
Caiu do cavalo e bateu a cara contra o muro. A perfeita recebeu o recado do então cunhado, calou, se articulou com os demais vereadores, respeitando o desejo deles em grupo, e montou uma chapa que deixava Adalto Sukita de fora – e foi com esta chapa que a Câmara enterrou de vez a projeto dos Sukita na cidade.
O novo comando da Câmara de Capela ficou com o quarteto Rony Cruz – o Ronaldo Cruz Marques dos Santos, eleito vereador em 2016 pelo PPS -, como presidente; Alexsandro Nascimento – José Alexsandro Nascimento Pinto, eleito pelo PSB -, como vice-presidente -, Tony do PT – o Antonio Vieira de Moura Neto -, como primeiro secretário, e João Paulo Souza Santos, Pros, como o segundo.
Apesar do apoio solidário e político da prefeita Silvany Mamlak, esta composição da nova Diretoria da Câmara de Capela não reflete uma imposição pessoal dela. Longe disso. Foi alvo de uma sintonia fina entre ela e a maioria da Câmara, decidia desde a quarta – respeitando a devida autonomia do Legislativo.
Capela tem 13 vereadores. Onze deles se afinam com a gestão municipal. A eleição desta quinta conseguiu uma Mesa Diretora totalmente renovada. Desceram quatro vereadores e subiram quatro ao comando. “Eu estou certa de que ele fizeram uma eleição segura, com tudo rigorosamente dentro do Regimento Interno da Câmara”, admite a prefeita Silvany.
O que se diz abertamente em Capela é que Silvany Mamlak vai fechar o ciclo de sua emancipação política em relação ao estorvo Sukita nas eleições deste ano. Ela tem pulso próprio e anda dizendo em bastidores que a sua separação pessoal e política equivale a um livramento divino. Silvany deve fazer do seu candidato a deputado federal Adelson Barreto o mais votado da cidade, superando o candidato a vir a ser apoiado por Sukita, que não vai poder disputar a eleição.
Em 2014, sem apoio de lideranças políticas maiores em Capela, Adelson Barreto já foi o mais votado da cidade. Sozinho, ele teve 4.287 (27,94% dos válidos) contra 3.761 (24,51%) de Fábio Mitidieri, que era o candidato de Sukita. “Nós não estaremos num campeonato político, mas Capela precisa se libertar de influências políticas ruins”, diz Silvany.
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Matéria postada originalmente no portal JLPolítica