Um estudo de pesquisadores do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de Sergipe (UFS), divulgado, na segunda-feira, 30/11, no Journal of Infection, aponta que pacientes tiveram amostras com resultado de anticorpos para o novo coronavírus positivadas, entre fevereiro e abril deste ano em Sergipe. O primeiro caso da doença foi registrado no estado no mês de março.
“Analisamos por dois métodos amostras que a gente chama de retrospectivas, do período de fevereiro a abril. Amostras de pacientes de clínicas particulares de check up, que não estavam doentes, e descobrimento 16 pacientes com os anticorpos contra o novo coronavirus, antes da primeira confirmação no Brasil e em Sergipe, mostrando que o vírus já circulava no nosso estado há muito tempo”, disse o professor e pesquisador da UFS, Lysandro Borges.
O estudo que analisou 987 amostras também sugere, de acordo com o professor, que é possível que a maioria dessas infecções com resultado positivo para o novo coronavírus seja de pessoas assintomáticas no momento da coleta. “As amostras de soro foram coletadas para triagem de rotina de procedimentos pré-operatórios ou para monitorar a presença de outras comorbidades”, explicou.
O professor alertou ainda para a necessidade de colaboração por parte da população. ” Estamos vivendo a segunda onda no Nordeste e em Sergipe não é diferente e as pessoas precisam se conscientizar, que o vírus vai fazer parte da nossa vida. Mas se a gente mantiver os cuidados de higiene e a máscara a gente consegue conviver com ele e não levar quem a gente mais ama a vir precisar de uma UTI e essa não existir”.
A rápida circulação do vírus, já atestada pelos pesquisadores, tem sido comprovada em Sergipe, através de um novo aumento no número de casos e da demanda por leitos de UTI.
“Nesses últimos 15 dias, principalmente na última semana, houve amento da taxa de internação hospitalar. Mantendo-se essa internação perto dos 50%, mas diferente do começo do mês passado, quando a gente tinha a ocupação abaixo dos 30%. Temos um momento de aumento da transmissão, e quando tem esse aumento começa a ter os casos que precisam de cuidados mais especiais”, explica o diretor de vigilância e atenção à saúde do estado, Marco Aurélio.
Ainda de acordo com ele, o monitoramento tem sido constante, assim como o planejamento para uma possível ampliação do número de leitos no estado.
Quer receber as principais notícias do SE Notícias no seu WhatsApp? Clique aqui.
Acompanhe também o SE Notícias no Twitter, Facebook e no Instagram
Com informações do G1 SE