Por Cássia Santana, do Portal Infonet
Dois alunos ficaram feridos dentro da escola Leite Neto, no bairro Grageru, onde estão matriculados. O aluno que levou a arma para o colégio tem 15 anos e estaria mostrando o revólver ao colega, com 13 anos. No momento em que o aluno fazia a exibição, a arma teria disparado acidentalmente, segundo a diretora Cristina Negreiros.
O aluno que mostrou a arma ficou ferido na virilha e o outro, que observava, foi atingido na perna. Os dois alunos receberam atendimento da equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Norte, onde permanecem sendo avaliados pela equipe médica.
De acordo com a versão dos colegas, o garoto de 15 anos, matriculado no nono ano, teria “cantado” uma garota e o colega, com 13 anos, matriculado no sétimo ano, o advertiu, dizendo que a garota tinha namorado. O garoto mais velho então exibiu a arma e bradou “olhe aqui o que tenho pra ele [o suposto namorado da garota alvo dos galanteios]”. E, com isso, a arma acabou disparando, segundo a versão dos alunos.
“A gente até pensou que fosse uma bola estourando, mas não foi”, reagiu uma aluna, coleguinha de classe de um dos alunos feridos. Os colegas também ficaram surpresos. “Ele é um menino bem comportado”, disse um coleguinha. No momento, começou a gritaria e correria dos alunos, que demonstraram verdadeiro pânico. A diretora estava acompanhada da equipe organizadora de um evento de combate e prevenção a drogas e à violência e arrumava o galpão da escola para receber um dos palestrantes quando presenciou o tumulto.
Os pais dos dois alunos foram mobilizados e ambos estão acompanhando os filhos na unidade de saúde. A Secretaria de Estado da Educação (Seed) encaminhou psicólogos e assistentes sociais para acompanhar os alunos feridos e os respectivos familiares. As aulas do turno da manhã foram suspensas e à tarde haverá expediente normal, segundo a diretora.
A rotina na escola não será alternada. Segundo a assessoria de imprensa da Seed, não há como adotar medidas repressivas porque a escola trabalha com projetos pedagógicos voltados para a educação. As escolas são proibidas de fazer abordagens repressivas aos alunos, segundo a assessoria.
O episódio envolvendo aqueles alunos surpreendeu a equipe multidisciplinar da escola. Segundo a diretora Cristina Negreiros, os dois alunos nunca apresentaram problemas graves de indisciplina nem também de agressividade. Aquela escola, na ótica da Seed, não apresenta perfil preocupante.
Por Cássia Santana