Agressor tem apenas 16 anos (Foto: Reprodução)
O estudante suspeito de agredir a diretora do colégio que estuda na quinta-feira (2) foi levado para a Unidade Socioeducativa de Internação Provisória (Usip) na tarde desta segunda-feira (6). Após o flagrante, policiais militares apreenderam o menor e ele foi levado para a Delegacia da Infância e do Adolescente. A informação foi confirmada pelo delegado Abelardo Inácio.
A diretora da Escola Estadual Senador Lourival Fonte, Carla Valériafoi, foi agredida dentro do estabelecimento de ensino localizado no Bairro Santo Antônio, na Zona Norte de Aracaju.
Funcionários disseram que ela teria sido esfaqueada, mas de acordo com Paulo Paiva, relacões públicas da Polícia Militar, ela foi atingida por uma caneta na testa.
O assessor de imprensa da Secretaria da Educação, Elton Coelho, informou que a diretora ficou sabendo que uma bomba foi explodida em um banheiro da escola. “A diretora expulsou um aluno e estava investigando outros, entre eles estava este aluno”, explica.
Professora foi atacada com socos e canetadas por
aluno (Foto: Tássio Andrade/G1)
Depois dos primeiros socorros, a professora foi transportada pela equipe do Samu para um hospital e falou sobre o problema. “Eu tomei muitos murros e acredito que tenha sido atacada por uma caneta porque se fosse uma faca, eu estaria morta”, disse.
Um professor que não quis ser identificado disse que essa não é a primeira vez que acontece.
“Não temos policiamento aqui dentro para coibir aluno bandido. Já nos dirigimos à delegacia para relatar que temos aluno com faca ameaçando a diretora”.
Insegurança
O clima entre os funcionários da escola é de medo. A funcionária Conceição Andrade não conteve as lágrimas, ela revelou que a violência dentro da escola é uma situação fora de controle.
“Acredito que a diretora não vai mais voltar, a violência na escola é muito grande. A diretora estava querendo colocar ordem, mas é muito complicado. Alunos consomem drogas no banheiro, estamos reféns destes alunos o tempo inteiro. Quando a diretora foi atacada, não tinha vigilante na escola por causa dessa greve. Estou trabalhando abalada, com vontade de chorar. É difícil uma situação dessas não abalar o nosso emocional”, desabafa Conceição Andrade, funcionária que trabalha na secretaria da Escola Estadual Senador Lourival Fontes.
Uma psicóloga da Secretaria de Estado da Educação esteve na escola para dar apoio emocional aos funcionários.
“Estamos fazendo um trabalho de suporte, vamos ouvir professores e funcionários. O comportamento de medo é natural diante do trauma, e esse ato de comparecer aqui na escola é muito importante, é necessário fazer o acompanhamento dos envolvidos para evitar um trauma maior. Por isso, também é importante chorar e desabafar, guardar esse sentimento não faz bem”, explica Ellen Paesante, psicóloga da Secretaria Estadual de Educação de Sergipe.
Com informações de Fredson Navarro e Tássio Andrade do G1, em Sergipe
