Que o Governo adota o discurso de crise financeira há alguns anos todos já conhecem. Porém, essa dificuldade desaparece quando o assunto é o pagamento de jetons para conselheiros de empresas da administração indireta do Estado. É o que evidencia o levantamento feito pelo Movimento Atitude Sergipe (Mova-se) que demonstrou que somente no ano de 2018, foram gastos mais de R$ 4 milhões para o pagamento desse benefício.
O deputado estadual Georgeo Passos, Cidadania, usou o grande expediente da sessão plenária desta segunda-feira, 30, para falar sobre esse levantamento e criticou o pagamento desses jetons – principalmente para os secretários e a vice-governadora do Estado. “Estão utilizando isso para engordar os salários deles”, afirmou. O parlamentar apresentou ainda atas de duas reuniões de conselhos onde nada de concreto foi produzido.
“Para se ter uma noção, foram duas reuniões produzidas apenas aprovar as atas de reuniões anteriores. Não há discussões e nem se produz absolutamente nada. No mínimo, foi pago R$ 1.500 por conselheiro com esse objetivo. Quando a gente observa o que foi produzido nesses encontros vê o tanto que é inadmissível. É lamentável a forma como o Governo vem tratando o dinheiro público”, criticou.
Apesar da pouca produção, o deputado lembrou que os conselhos têm que existir por disposição legal. Contudo, o parlamentar sugeriu uma solução para enxugar o gasto. “O discurso é de que não pode ficar sem esses conselhos, mas ganhar 1500 até 2100 para aprovar uma ata? Não seria o momento de colocar somente um valor simbólico de R$ 10 ou R$ 20 por reunião? Ou mesmo seguir conselhos que não são remunerados, como o Conselho Estadual da Saúde? Os demais poderiam seguir esta lógica”, recomendou.
E a tendência é que este ano se superem os R$ 4 milhões gastos com essa benesse. É que uma resolução do Estado publicada em abril reajustou o valor dos jetons. “Onde está a crise? É dessa forma que a gente tem que ouvir que não tem dinheiro?”, questionou Georgeo. O deputado vê a incoerência dessa medida diante do alardeado cenário de dificuldades financeiras.
“É muito dinheiro gasto para completar o salário dos secretários, da vice governadora. A grande maioria dos conselheiros são os amigos do rei que estão ganhando dinheiro por poucas horas de reunião por mês. Enquanto isso, a gente vê os hospitais superlotados, escolas precisando de reformas, o Governo prefere gastar milhões para engordar salários”, lamentou Georgeo.
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Matéria extraída do site da Alese