O estado de saúde do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, 87 anos, permanece sem alterações na manhã desta quarta (23), segundo a assessoria de comunicação do Hospital Português, no Recife. O boletim médico assinado pela neurocirurgiã Feliciana Castelo Branco, liberado às 11h, informa que o escritor continua com quadro de saúde instável e grave, com pressão arterial baixa e pressão intracraniana muito elevada. Ele permanece internado na UTI neurológica, em coma e respirando com ajuda de aparelhos.
Suassuna sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) do tipo hemorrágico na segunda-feira (21). Na mesma noite, o escritor passou por uma cirurgia para a colocação de dois drenos, numa tentativa de controlar a pressão intracraniana. Não há previsão de alta.
No ano passado, Ariano Suassuna foi internado duas vezes. Na primeira ocorrência, em 21 de agosto, sentiu-se mal em casa e precisou ser hospitalizado. Ele sofreu um infarto agudo do miocárdio de pequenas proporções, de acordo com os médicos, e ficou internado na unidade coronária, mas depois foi transferido para um apartamento no hospital. Recebeu alta após seis dias de internamento, com recomendação de repouso em casa e nenhuma visita.
Dias depois, foi levado ao hospital novamente – dessa vez, foi detectado um aneurisma cerebral. O escritor passou por um procedimento chamado arteriografia, capaz de tratar o aneurisma, saiu da UTI e foi levado para um apartamento do hospital, de onde recebeu alta seis dias depois da internação, no dia 4 de setembro.
Recuperado, retomou as atividades profissionais. Foi homenageado pelo Galo da Madrugada no carnaval e, na semana passada, ministrou uma de suas aulas-espetáculo no Festival de Inverno de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco.
Autor de “O auto da compadecida”, entre diversas outras obras, Ariano Suassuna nasceu em 16 de junho de 1927, em João Pessoa, e cresceu no Sertão paraibano. Mudou-se com a família para o Recife em 1942. Sua primeira peça, “Uma mulher vestida de sol”, ganhou o prêmio Nicolau Carlos Magno em 1948.
Tem contos e livros adaptados para a televisão e para o cinema. “O auto da compadecida” foi adaptado para a televisão em 1999, por Guel Arraes, enquanto “O Romance d’a pedra do reino e o príncipe do sangue do vai-e-volta” deu origem à minissérie “A pedra do reino”, com direção de Luiz Fernando Carvalho, exibida na Rede Globo em 2007.
Com informações do G1 PE