Temos presenciado um aumento significativo nos dados sobre violência e abuso contra crianças e adolescentes, o que fere diretamente os direitos das crianças e adolescentes reforçados no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a cada dia, morrem 28 crianças e adolescentes, com crescimento alarmante no número de homicídios que passou de 5 mil, em 1990, para 10.500, em 2013.
Os dados indicam a vulnerabilidade e os graves problemas sociais que o país vem vivenciando, os últimos casos divulgados na mídia apontam que o público que mais sofre violência entre crianças e adolescentes, são as meninas. Em 2015, segundo dados do Disque 100, foram registradas 17.588 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes, o que equivale a duas denúncias por hora. Foram 22.851 vítimas, sendo 70% delas meninas.
Para a ONU, as quatro principais categorias de violência são os abusos físicos, sexuais, psicológicos e negligências. Essas formas de agressão contra as crianças, quando não levam à morte, podem desencadear profundos traumas que perduram até a vida adulta. O psicólogo do Hapvida Saúde, André Assunção, explica que todos os tipos de violência geram traumas, mas que algumas pessoas terão mais transtornos que outros, isso varia de acordo com a estrutura psicológica de cada um.
“A pessoa pode se mostrar mais fechada e de difícil acesso aos outros. Pode se fechar a ponto de manter dificuldades de relacionamentos, mostrar perfil irritado, tristeza, infelicidade e até mesmo antissociabilidade. Esse tipo de perfil problemático por conta de um trauma pode ser observado tanto em adolescentes quanto em adultos vítimas de violência”, esclarece.
A violência e abusos podem ocorrer em qualquer ambiente, seja na família ou na escola, e é preciso que os pais, familiares e vizinhos estejam atentos. “Normalmente elas ficam mais reservadas, com medos frequentes de coisas simples, como o toque, o olhar, a voz em tom alto. Também pode-se observar marcas no corpo, dores frequentes, sono, pesadelos e baixa autoestima. Caso a violência seja na escola, por exemplo, a criança pode não apresentar interesse de para o colégio. Ela tende a se esquivar dos ambientes que a ameaçam”, alerta André Assunção.
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Ascom/ Hapvida