Manter a saúde física e mental em dia. Este tem sido um dos maiores desafios de toda a população. Em um período de muitas mudanças provocadas pela pandemia do novo coronavírus, os cuidados com a saúde mental vêm ganhando um espaço maior na vida das pessoas.
“A pandemia fez com que muitos sintomas e transtornos aflorassem na população. De certo modo, isso mudou a ótica e se percebeu que o corpo pode estar bem, mas se a mente não está, cedo ou tarde, algo pode acontecer”, declara o psicólogo e preceptor de Saúde Mental do curso de Psicologia da Unit, José Marcos Melo.
“Acredito que o principal desafio quando se trata de saúde mental é, primeiramente, vencer o preconceito. Logo após, sair da posição de onipotência, de todo poderoso, e admitir que pode estar precisando de ajuda”, acrescenta.
Para o psicólogo, sempre tem algum sinal de alerta que, por diversas vezes, acabam sendo negligenciados ou pormenorizados. “Infelizmente, não existe um exame de sangue, por exemplo, que aponte depressão e ansiedade positivas, e isso contribui para a pormenorização ou até mesmo a resistência em aceitar ou entender o sinal que o nosso corpo dá e que pode ser essa bandeira vermelha”, comenta.
Mas quando as pessoas devem se preocupar? “Muitas pessoas só buscam ajuda quando esse sinal de alerta já soou e até explodiu, chegando a ponto de incapacitar o indivíduo. Se você, tem se sentido triste sem motivo aparente, perdido a satisfação e o prazer de realizar atividades outrora prazerosas e tem sentido sintomas de ansiedade, procure ajuda”, enfatiza.
Nos últimos dias, a temática também ganhou força por causa de diversas situações dentro de um reality show. O chamado ‘cancelamento‘ de alguns participantes e o tratamento recebido dentro da casa repercutiu fora do programa. “O reality show tem sido uma realidade micro que, pelo bem ou pelo mal, tem colocado uma lupa e ampliado alguns dos fenômenos mais difíceis e complicados de se observar. Um deles é a questão do abuso psicológico. O abuso psicológico, também conhecido como abuso emocional ou abuso mental, caracteriza-se quando uma pessoa submete ou expõe outra a um comportamento que pode resultar em traumas psicológicos, como ansiedade, depressão crônica ou transtorno de estresse pós-traumático”, explica José Marcos.
“A relação é sempre assimétrica e se baseia principalmente na quebra da autoestima do ‘torturado’, tornando o mesmo cada vez mais indefeso e por consequência mais fragilizado frente a toda a realidade. No caso do programa BBB, eram indivíduos que não se conheciam previamente, mas existem alguns sinais que podem ser destacados e que podem assinar um sinal de alerta para o nosso dia a dia”, observa.
“Se você duvida de si constantemente, se pergunta se é sensível demais várias vezes ao dia, se sente confuso, tem dificuldades de tomar decisões fáceis, está sempre pedindo desculpas ao parceiro e sente que costumava ser uma pessoa mais confiante, mais divertida e mais relaxada, é importante ponderar e analisar se vale a pena a continuidade da relação, seja ela amorosa, de amizade ou no caso do programa, o jogo”, exemplifica o psicólogo.
Dicas
O psicólogo José Marcos Melo chama atenção para alguns cuidados referentes à autoestima e como se cuidar para manter a saúde mental em dia. “Sempre digo que é importante a prática de atividade física, manter um bom ciclo social, caso tenha alguma religião, pode seguir, valorizar os momentos de lazer e aproveitá-los da forma mais genuína possível”, destaca.
“Além de tudo isso, o mais importante, invista na psicoterapia, quebre o preconceito. A terapia promove autoconhecimento e, por consequência, uma melhora substancial na qualidade de vida”, finaliza.
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Assessoria de Imprensa | Unit