Danças de roda, cheias de musicalidade. As cirandas são típicas do Nordeste e eram as danças que as mulheres faziam enquanto aguardavam os resultados da pescaria diária. Na terça-feira (20), o candidato a prefeito Edvaldo Nogueira (PC do B) e sua vice, Eliane Aquino (PT), promoveram uma ciranda diferente: a Ciranda de Mulheres. Reunidas no Cotinguiba Esporte Clube, uma multidão de mulheres de diferentes origens, faixas etárias e classes sociais se reuniu para apontar os problemas que enfrentam diariamente e declarar apoio a candidatura de Edvaldo e Eliane.
Com um auditório lotado, mostrando que o lugar da mulher também é na política, a tarde foi bastante produtiva no sentido de propostas. A estudante Jéssica Dias Santos, que foi ao encontro representar a União Metropolitana de Estudantes Secundaristas de Aracaju (Umesa) disse ter se sentido muito feliz pela preocupação dos candidatos com as mulheres. “As mulheres precisam assumir os cargos na política. A maioria da população é feminina e negra e não é representada pela política atualmente”, afirmou.
A funcionária pública Maria José de Oliveira afirmou que Aracaju precisa voltar a ter um prefeito que tenha um elo com as comunidades de Aracaju. “Edvaldo dialogava e resolvia junto ao povo. Eu vim aqui porque voto nele e serei a primeira a cobrar que ele resolva os problemas deixados pelo atual prefeito. Vim também para ajudar a eleger Eliane, uma representante de todas nós”, declarou.
Roda de conversa
Estiveram presentes também no encontro representantes das alas femininas dos partidos que compõem a coligação “Para Aracaju ter qualidade de vida” e que organizaram a Ciranda. Pureza Sobrinho, representante do PC do B, afirmou que as mulheres estavam ali, além de tudo, para “retomar os bons tempos da administração de Edvaldo em Aracaju” e para “impedir a continuação dos governos de direita em Aracaju”. Acácia Calazans, do PMDB Mulher, confirmou que as mulheres “devem ocupar cada vez mais os espaços políticos”. “Eliane vai nos representar bem, será uma vice atuante”, frisou.
As organizadoras ressaltaram o simbolismo democrático do evento, uma roda, sem palanque, todas lado a lado discutindo propostas para as mulheres. Representando as estudantes e as mães, Larissa Alves ressaltou que o povo de Aracaju quer de volta “uma prefeitura democrática e participativa, que lute tanto pela mãe que deixa o filho na creche, quanto pelas jovens que querem cultura, arte e lazer”.
A rapper Mariah Médici, representando a cultura hip hop e movimentos feministas, discursou que a sociedade não melhora sem arte. “Queremos nossa Aracaju de volta. O Projeto verão, que era a cultura sem catracas, de todas as tribos. A Rua da Cultura, o Forró Caju. Queremos nossa cultura de volta”, disse.
A professora Joelma Silva fez questão de lembrar da importância de eleger Eliane Aquino. “Ninguém do bairro Santa Maria esquece do trabalho social feito por ela com as crianças. Precisamos de uma administração que respeite o professor e de uma escola que sirva ao povo”, afirmou. A marisqueira Adriana dos Santos aproveitou a oportunidade para dizer as dificuldades que a sua categoria passa diariamente. “Faço parte de uma classe esquecida pelo poder público. Temos a esperança de melhorar de vida e estamos com Edvaldo e Eliane”, falou Adriana, sendo bastante aplaudida.
Políticas
Também estiveram presentes na discussão, além das candidatas e candidatos a vereador pela coligação, as deputadas estaduais Ana Lúcia e Conceição Vieira, ambas do PT. Ana Lúcia discursou que as mulheres estão ampliando cada vez mais o espaço que merecem na política, desde a redemocratização do país. “Precisamos assumir ainda mais o protagonismo da nossa história, com um prefeito que seja contra o machismo e que tenha mulheres lutadoras ao lado”, declarou.
Conceição Vieira destacou que “a ciranda inspira a luta na vida de cada mulher de Aracaju”. “Precisamos de gente que entenda o que as mulheres precisam e de eleger os vereadores da nossa coligação, para contribuir com estas políticas”, afirmou. Falando em compromisso, Edvaldo e Eliane receberam em mãos uma carta em que se dispõem a elaborar políticas específicas para as mulheres.
Eliane
Eliane Aquino começou o seu discurso pedindo uma “licença especial” ao público. “Hoje a minha conversa é com as mulheres. Precisamos enfrentar os desafios da mulher sergipana, que sofre com a empregabilidade, com a violência em casa e na rua, seja na própria carne ou com os filhos mortos diariamente. Sei o que é trabalhar e tomar conta dos filhos. Às vezes dá vontade de desistir, mas eu sei que Deus me colocou nessa missão de reconstruir a cidade em que escolhi morar”, falou Eliane.
“Acabou o tempo dos coronéis Saruê em Aracaju, da política passada de pai para filho. Precisamos de mais educação, mais direitos sociais, menos violência urbana e doméstica. As mulheres precisam ocupar o seu espaço e ter poder de decisão, precisam estar na gestão pública do Município”, ressaltou.
Eliane também valorizou a importância deste momento na campanha eleitoral. “Vocês estão vendo quantas mentiras e baixarias os outros estão inventando. Nós escolhemos fazer uma campanha limpa, mas precisamos que quem está conosco vá para as ruas defender a verdade no que é dito. Somos candidatos porque pensamos nos próximos quatro anos de Aracaju, e não pensando na próxima eleição. Nosso projeto é para agora”, afirmou.
Edvaldo
O candidato Edvaldo Nogueira agradeceu a todas as mulheres presentes, que deixaram os seus lares e trabalhos para estar ali. “Mulher é sinônimo de alegria, de coragem, de combatividade, de compromisso e de cuidado. Porque ninguém faz as coisas com mais cuidado do que as mulheres”, ressaltou.
Edvaldo destacou que decidiu ser prefeito novamente para resgatar a qualidade de vida na cidade, num projeto que começou junto com Marcelo Déda em 2000. “Vamos avançar agora, com mais políticas de inclusão para as mulheres. Tratar bem as mulheres não é deixá-las esperando no sol quente para serem atendidas num ônibus não. Tenho andado muito e visto a necessidade de mais políticas de saúde para jovens grávidas e de mais mulheres na política. A nossa cidade foi ladeira abaixo em quatro anos. É isso que me incentiva a voltar. Serão as mulheres que vão decidir esta eleição. Eu tive a sorte de ser escolhido por Eliane, que tem amor por quem mais precisa nesta cidade. Se Deus permitir e o povo quiser, a partir do dia 1a de janeiro de 2017 Aracaju vai ter um prefeito e uma prefeita”, afirmou.
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Da Assessoria de Imprensa