Do Brasil 247
A estratégia do Governo é desafogar o Huse, encaminhando pacientes de baixa e média complexidade para as unidades regionais; 89% dos que chegam à porta da unidade não são de alta complexidade; “a expectativa é que os pacientes tenham acesso aos leitos com maior rapidez e que completem o cuidado da maneira que precisam e com mais conforto, segurança. Assim, conseguiremos reduzir ainda mais a superlotação do Pronto Socorro do Huse. Desse modo, haverá melhoria na assistência dos pacientes que ficarão na unidade. Esse trabalho vai virar rotina dentro do Huse”, promete Luciana Prudente, técnica da Fundação Hospitalar de Saúde
O Governo de Sergipe divulgou nesta segunda-feira (25) que a Secretaria de Estado da Saúde (SES) iniciou um processo de transferência de pacientes para acabar com a superlotação do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). A iniciativa consiste no deslocamento de pessoas que estão internadas na maior unidade hospitalar e pública do Estado, com diagnóstico de pequena e média complexidade, para os hospitais regionais. Ao todo, 85 pacientes da clínica médica do Pronto Socorro do Huse já foram avaliados e levados para unidades do interior.
À Agência Sergipe de Notícias, a coordenadora do Pronto Socorro do Huse, Lycia Diniz, disse o encaminhamento dos pacientes é necessário porque “89% dos que chegam à porta da unidade não são de urgência e emergência de alta complexidade”.
“Diminuindo a quantidade de pacientes, nossas equipes ficarão ainda mais ágeis para dar todo o atendimento que os de alta complexidade precisam. A condição de trabalho dos profissionais vai melhorar gradativamente à medida que o hospital vai esvaziando, pois o Huse tem todas as especialidades médicas disponíveis, tecnologia e equipes preparadas”, afirmou.
A ideia é boa e se estiver ocorrendo realmente dentro dos parâmetros legais (pelo programa SOS Emergências, do Ministério da Saúde), como informa a reportagem, que se consiga reduzir efetivamente a demanda pelo Huse. As unidades regionais foram construídas justamente para “dividir” os pacientes e evitar que todos recorram ao Hospital de Urgência ao sinal de uma dor, de uma pequena fratura ou de um acidente leve. Agora, é preciso que esses hospitais menores, tanto os da capital quanto os do interior, tenham médico e atendimento correto para que não sirvam apenas como depositório de pessoas e máscara para a superlotação do Huse.
No último final de semana, por exemplo, o atendimento médico no Hospital Fernando Franco, em Aracaju, demorou tanto, que três pacientes se revoltaram e provocaram um quebra-quebra na unidade. Acabaram na delegacia. No interior, as reclamações sobre falta de médico nos hospitais regionais já foi bem representativa, embora seja verdade que reduziu nos últimos tempos. Se o sistema auxiliar ao Huse funcionar corretamente, o maior hospital público do Estado terá condições de também oferecer um serviço com mais qualidade.
“A expectativa é que os pacientes tenham acesso aos leitos com maior rapidez e que completem o cuidado da maneira que precisam e com mais conforto, segurança. Assim, conseguiremos reduzir ainda mais a superlotação do Pronto Socorro do Huse. Desse modo, haverá melhoria na assistência dos pacientes que ficarão na unidade. Esse trabalho vai virar rotina dentro do Huse”, disse Luciana Prudente, técnica da Fundação Hospitalar de Saúde.
De acordo com a SES, antes de iniciar o processo de transferência, os pacientes passam por uma avaliação multidisciplinar. É feito um cadastro e, em seguida, é solicitada uma ambulância com um auxiliar de enfermagem para encaminhá-lo à unidade de destino.
A médica do Pronto Socorro do Huse, Tereza Suelly, aprova a ação executada pela SES e FHS. “Queremos que o paciente que começamos a acompanhar seja bem cuidado nas unidades próximas à sua residência de origem. Almejamos que complemente seu diagnóstico e que tenha seu tratamento e o atendimento mais humanizado”, disse. Esse é o desafio!
A Fundação Hospitalar, segundo o anúncio oficial, está fazendo dois movimentos para melhorar a qualidade do atendimento na rede hospitalar de Sergipe. O primeiro movimento é dentro do Huse, onde a equipe médica, junto com a equipe de enfermagem, está acolhendo todos os pacientes, identificado suas necessidades e fazendo esse movimento de transferência continuamente, através do senso qualitativo. Paralelo a esse trabalho interno, todas as unidades estão sendo mapeadas junto à oferta de leitos para melhorar a taxa de ocupação dos pacientes no interior.
“O cuidado está sendo facilitado em diversas linhas: bucomaxilo, cirurgia de mão, trauma, ortopedia e hoje inicia a linha da clínica médica. Em cada unidade regional está sendo criado o Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar (NAQH), que vai operacionalizar em rede”, explicou Luciana Prudente.
Para o diretor geral da FHS, Marcelo Vieira, “essa iniciativa, conjugada com a implantação do SOS Emergências, tem por objetivo organizar de uma vez por todas o atendimento dos pacientes do PS do Huse, utilizando todo o potencial da rede hospitalar do estado. É um processo que veio para ficar. Essa atuação em rede garantirá um atendimento mais resolutivo e humanizado. Os usuários estarão mais acolhidos. Apostamos que em curto espaço de tempo, a sociedade sentirá a diferença”, desafia.
Não dá para desconsiderar que o atual Governo produziu uma estrutura de qualidade com os hospitais regionalizados, agora ainda é muito cedo para verificar se o atendimento já está melhor. Que no curto espaço de tempo, as pessoas que tanto necessitam que a rede pública funcione bem sintam a diferença, como promete o diretor Marcelo Vieira. Se fizer isto, o Governo Marcelo Déda terá encontrado uma forma de deixar na história seu maior legado.