Dores na coluna e hérnia de disco foram as doenças que mais geraram benefícios por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) no Brasil em 2024, segundo o Ministério da Previdência Social. Doenças relacionadas a dores na coluna lideraram o ranking, com o afastamento de 205,1 mil beneficiários. A hérnia de disco ficou em segundo lugar, com 172,4 mil afastamentos.
Dr. Ewerton Caroso, Membro da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna, Professor de pós-graduação em Osteopatia, Palestrante e Fisioterapeuta, destaca o papel da prevenção e do fortalecimento muscular para minimizar os impactos da dor lombar.
A dor lombar pode ser causada por diversos fatores como sedentarismo ou prática de exercícios sem o devido preparo ou orientação , longos períodos em posturas mantidas (ex: muito tempo sentado), doenças degenerativas da coluna, pouca ingestão de água, excesso de peso, estresse e fatores psicológicos.
“O sedentarismo contribui para a inércia do corpo, fraqueza muscular global e de musculatura específica da coluna vertebral e excesso de peso. Problemas psicológicos como ansiedade e depressão podem se manifestar fisicamente, gerando tensão muscular na região lombar e isso pode resultar em dor, além disso, o estresse pode piorar quadros pré-existentes de dor criando um ciclo de desconforto”, explica Dr. Ewerton.
Para diferenciar uma dor lombar passageira de um problema mais sério, o ideal é não buscar esse tipo de diferenciação, já que os problemas mais sérios na coluna, em 95% dos casos, resultam de um acúmulo de dores passageiras, momentâneas, pois essas são avisos que o corpo nos dá de que algo está errado.
“Dores passageiras tendem a reduzir ou zerar em até uma semana e problemas mais sérios persistem por longos períodos e geram mais incapacidade e menos qualidade de vida. Obviamente cada corpo reage de uma forma, então não se trata de uma regra absoluta. O correto em ambos os casos é procurar ajuda de um profissional qualificado”, informa Dr. Ewerton.
Antes mesmo de aparecer, a dor lombar deve ser uma preocupação. “O pensamento ideal é buscar sempre a prevenção para não deixar o problema se instalar. Uma vez que a prevenção não foi feita e o problema se instalou, deve ser motivo de preocupação desde os primeiros sinais de dor, que provavelmente serão leves e aparentemente inofensivos, mas se não tratados terão potencial de tornar a lesão mais complexa e crônica”, alerta Dr. Ewerton.
De acordo com os estudos mais recentes as abordagens de tratamento mais eficazes para dor lombar são aquelas que envolvem recursos da terapia manual e eletroterapia como a Osteopatia, Quiropraxia, Mckenzie, Laserterapia e Agulhamento à seco, associados à terapia através dos exercícios físicos específicos como pilates, exercício funcional dentre outros.
“Ao contrário do que muitos pensam, não existe uma postura correta, ideal. O grande problema está no vício postural, que nos leva a adotar as mesmas posturas por um longo período sem qualquer tipo de estímulo diferente. Quando juntamos esses vícios com o sedentarismo, estresse, pouca ingestão de água, sobrepeso e outros fatores internos e externos, as lesões da coluna normalmente começam a se instalar”, conta.
Em relação a se o excesso de peso influencia no surgimento da dor lombar, não se trata necessariamente de uma causa absoluta pois pessoas com peso normal ou abaixo do peso também desenvolvem dor lombar. Porém exerce sim, uma influência no problema, pois gera excesso de pressão na região lombar além de desequilírio na distribuição do peso corporal, levando o corpo a um exaustivo trabalho de compensações.
Exercícios físicos podem ajudar na prevenção e no tratamento da dor lombar. “Não existe consenso em relação ao melhor ou pior tipo de exercício para a prevenção da dor lombar. O gosto pessoal deve prevalecer, contanto que, seja praticado com a devida orientação e condizente com o nível de preparo físico. Além disso, é sempre válido buscar realizar manutenções preventivas, mesmo sem dor, para evitar o desenvolvimento de um problema futuro.
O erro mais comum que as pessoas cometem ao tentarem tratar a dor lombar sozinhas é realizar exercícios genéricos, que até geram um conforto inicial, mas na verdade estão contribuindo para a piora do quadro. “A premissa é: todo exercício é bom mas nem todo exercício é bom pra todos os casos. Realizar o tratamento com o profissional habilitado é garantia de um tratamento assertivo dada a especificidade de cada caso”, finaliza Dr. Ewerton.
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Fonte: Rodrigo Alves