Por Cássia Santana*
Dois homens foram executados a tiros no início da noite deste sábado, 1º, na cidade de São Cristovão. Um deles foi morto a tiros próximo a um bar. No outro, a vítima foi surpreendida por seis homens encapuzados dentro da própria residência, tentou fugir mas foi executado, também a tiros, no quintal da casa do vizinho.
A diferença de tempo entre uma ocorrência e outra foi mínima. Cerca de uma hora, segundo os registros feitos pelos moradores. O primeiro crime foi registrado no Loteamento Madalena Góes, e o outro no Parque Santa Rita. A equipe da Polícia Militar que atua na cidade registrou apenas a segunda ocorrência, que teve como vítima Leandro da Silva Santana. Ele foi morto em circunstância desconhecidas próximo a um bar, no Parque Santa Rita.
O jovem Geliton Silva Santana, 22, estava em casa por volta das 18h na companhia de um amigo e de duas mulheres. Segundo relatos de vizinhos, uma das mulheres advertiu que havia seis homens encapuzados se aproximando, mas os dois amigos ficaram atônitos, sem acreditar. “É verdade”, teria bradado a mulher, bem tensa. Não demorou muito e os homens chegaram à casa portando pesado armamento e logo dispararam as arma.
Um deles conseguiu fugir, mas Geliton, que é conhecido como Louro na comunidade, foi atingido. Mesmo ferido, ele correu pelos fundos e alcançou o quintal da vizinha, onde foi morto por vários outros tiros. “Eu e meu marido estávamos aqui na cozinha fritando peixe, se a porta não tivesse trancada, eles tinham matando a gente”, conta a vizinha, que prefere o anonimato.
O casal que reside no imóvel onde Louro foi executado entrou em pânico. “Só dava pra ouvir alguém forçando a porta e eles gritando ‘pilantra, fulero vagabundo, você tem que morrer mesmo’ e a gente não sabe se era nosso vizinho que forçava a porta ou se eram eles [os criminosos]”, desabafou a mulher. “A gente só rezava, pedindo ajuda a Deus”, complementou.
Terror e tensão
Os moradores do Loteamento Madalena Góes estão aterrorizados. Eles conversaram com a equipe de reportagem, mas pedem privacidade e deixam claro que o anonimato é a melhor forma para evitar novos atentados. “Foi um terror, parecia uma guerra”, comentou uma outra moradora. “O barulho foi grande, parecia festa de São João o papouco dos tiros”, observou a outra vizinha, que também não quer ser identificada. “Aqui a gente não tem sossego, todo dia tem um crime. Antigamente, isso aqui era o melhor lugar do mundo para morar, bem sossegado. Mas hoje, a gente vive trancado, nem as crianças podem ficar na rua. E a polícia? Ah! A polícia nunca passa”, enalteceu outra moradora.
Por Cássia Santana, do Portal Infonet