O dia 21 de março de 1960 ficou marcado na história pela luta por direitos iguais e contra o Apartheid [movimento que defendia a separação de pessoas pela cor, raça e etnia diferente], pois o protesto pacífico realizado nessa data, na África do Sul, terminou com 69 mortes e 186 feridos, após homens abrirem fogo contra a multidão que acompanhava o movimento. Desde então, a data foi estabelecida pela Organização das Nações unidas (ONU) como o dia Internacional da Luta Contra a Discriminação Racial.
No estado de Sergipe, o Departamento de Atendimento aos Grupos Vulneráveis (DAGV), por meio da Delegacia de Atendimento a Crimes Homofóbicos, Racismo e Intolerância Religiosa (Dachri), que tem a coordenação da delegada Meire Mansuet, reconhece a importância do dia de hoje como um momento de reflexão e incentivo para o fortalecimento do Departamento, que desenvolve um trabalho marcado pela técnica e o profissionalismo.
No atendimento às vítimas de racismo e intolerância religiosa, a equipe do DAGV conta com apoio de assistente social e psicólogos, para melhor acolher e acompanhar as vítimas, supostas vítimas e demais envolvidos, quando for necessário. O acolhimento tenta diminuir o trauma sofrido pela pessoa ao ser tratada de modo hostil apenas por ter outra cor, raça e religião diferente.
Apesar da grande campanha por parte dos DAGVs, para divulgar que o racismo é crime, ainda têm casos registrados pelo país e aqui em Sergipe não é diferente. No ano de 2018 foram concluídos inquéritos policiais pelo Departamento, sendo 21 de injúria racial e seis de racismo (três deles referentes à intolerância religiosa e três de etnia).
De acordo com o DAGV, no âmbito dos crimes de intolerância religiosa, os praticantes das religiões afrodescendentes são os que mais sofrem com comentários ofensivos e preconceituosos. É importante destacar que nem todo boletim de ocorrência gera procedimento, pois o Departamento dispõe de um setor que auxilia em uma possível conciliação.
Injúria racial x racismo
A injúria racial e o racismo estão cada vez mais frequentes e existe uma pequena diferença entre os dois casos, pois muitas pessoas ainda confundem os seus respectivos significados. A injúria trata-se do uso de palavras depreciativas, referentes à raça, cor, etnia e religião, com intenção de ofender a vítima. Ela acontece quando, por exemplo, uma pessoa é chamada de macaca devido à cor da sua pele.
Já o crime de racismo acontece quando atinge uma determinada quantidade de indivíduos e discrimina a honra de uma raça. Ao contrário da injúria, o crime de racismo é inafiançável e imprescritível.
Aqui na capital, o Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), que funciona 24h, possui uma delegacia responsável por cuidar de crimes como o racismo, homofobia e intolerância religiosa: a Delegacia de Atendimento a Crimes Homofóbicos, Racismo e Intolerância Religiosa (Dachri), que tem à sua frente a delegada Meire Mansuet e fica localizada na rua Itabaiana, 258, bairro São José. O telefone para contato é 3205-9400.
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Matéria extraída do site da SSP/SE