Neste 25 de outubro, Dia Nacional do Cirurgião-Dentista, o Conselho Regional de Odontologia de Sergipe (CRO-SE) realiza aa palestra “Halitose: na dúvida, pergunte!”, ministrada pela Dra. Cynthia Coelho, a partir das 19h, no auditório da autarquia. O tema foi escolhido para abordagem neste mês, pela necessidade de ampliar a informação pública sobre o desequilíbrio, que afeta cerca de 50 milhões de brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Halitose (ABHA); e 40% da população mundial, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS).
De todos os casos diagnosticados, 90% têm origem na cavidade bucal, sendo o cirurgião-dentista o profissional mais indicado para o tratamento. “É um trabalho basicamente odontológico. A halitose não é considerada uma doença, mas é um sintoma de que existe um desequilíbrio no organismo, mostrando que algo pode não estar bem”, afirma a presidente do CRO-SE, Anna Tereza Lima. Para ela, informar é o melhor caminho para que as pessoas saibam que existe tratamento para o problema. Os casos que não são odontológicos podem ter origem gastro ou otorrinolaringológica, mas já é comprovado cientificamente que o estômago não é o vilão, como muitos ainda pensam.
Outro mito comum sobre a halitose é a sua associação com uma má higiene bucal. Nem sempre é essa a causa. “Pode até ser que haja incorreção da higiene oral, ou mesmo uma descamação provocada pelo creme dental, mas existem vários fatores através dos quais a pessoa pode desenvolver o mau hálito, no decorrer da vida. É preciso investigar para identificar e tratar corretamente”, pontua a cirurgiã-dentista Cynthia Coelho, pós-graduada em halitose.
Conhecida popularmente como “mau hálito” por ser ofensiva para a outra pessoa, a partir da emissão de cheiro desagradável pela boca, a halitose ainda é um tema que constrange. “As pessoas ainda têm resistência em falar sobre o assunto de forma tranquila. Na maioria das vezes, inclusive, a pessoa que tem o mau hálito nem sabe que tem, porque acontece o que a gente chama de fadiga olfatória, em que a pessoa acaba acostumando com o cheiro. Às vezes precisa que alguém próximo, que tem certa intimidade, chegue para falar”, afirma a Dra. Cynthia.
Alguns pacientes apresentam a chamada “pseudo halitose”. “É aquela pessoa que tem sintomas na boca de gosto ruim, gosto amargo ou ressecamento e, por sentir gosto, acha que está com o cheiro. São casos em que, normalmente, os pacientes também já estão com alteração psicológicas/comportamentais. Como acha que tem, qualquer movimento que vê o outro fazer, como mexer no nariz ou colocar a mão na boca, já acha que tem relação com o mau cheiro que pensa estar transmitindo”, explica.
Tratamento
A presidente do CRO-SE lembra que nem todo cirurgião-dentista tem habilitação para o tratamento da halitose, mas todos os profissionais podem adotar procedimentos que auxiliem o melhor equilíbrio bucal e, consequentemente, o bem-estar do paciente. “É importante observar cáries, dentes impactados, se a gengiva está saudável, se ele faz a limpeza da língua, se usa aparelho ortodôntico; todas essas coisas podem contribuir para uma halitose ou sintomas de desequilíbrio bucal, sobre os quais o dentista pode atuar”, afirma a Dra. Anna Tereza.
No tratamento especializado, o profissional utiliza um aparelho medidor de hálito para avaliar e quantificar os gases da boca derivados de enxofre, que são os principais responsáveis pela halitose bucal. “A partir disso, o cirurgião-dentista vai fazer as mudanças necessárias no meio bucal, observar a saliva, que é primordial, porque precisa ter qualidade. Às vezes as glândulas salivares estão em hipofunção, então a gente trabalha o tratamento da halitose e o tratamento salivar de forma conjunta, para que haja uma produção maior de saliva, fazendo com que o paciente possa se sentir mais seguro”, conclui a Dra. Cynthia Coelho.
Mês do Dentista
A palestra sobre Halitose integra uma vasta programação preparada pelo CRO-SE para celebrar o Mês do Dentista. Uma série de eventos científicos e de integração vêm sendo realizados desde setembro, envolvendo discussões sobre diversas áreas da Odontologia, numa sequência que se estende até novembro. Na próxima sexta-feira, 28, acontece a Solenidade de Entrega da Medalha de Honra ao Mérito Odontológico, que anualmente condecora profissionais que deram relevantes contribuições à Odontologia Sergipana. Este ano, será no auditório do Museu da Gente Sergipana, às 18h30, incluindo também uma homenagem aos profissionais que completam 25 anos de inscrição no CRO, ou seja, o Jubileu de Prata da sua atuação profissional em Sergipe.
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