A campanha “Brasil soberano“, novo mote do governo Lula (PT), marcou o desfile oficial de 7 de Setembro deste ano, em Brasília.
O que aconteceu
Bonés “Brasil soberano” em verde, azul e amarelo foram distribuídos ao público. Criada após o tarifaço dos Estados Unidos, a mensagem dá o tom de todo desfile, que começou às 9h, com a chegada de Lula em carro aberto.
Ministros do STF não compareceram, em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, viajou à França. O ministro Alexandre de Moraes, principal alvo dos bolsonaristas, participou nos dois últimos anos, mas neste ano não foi. Nenhum outro ministro da corte tinha confirmado presença.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), está presente. Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não compareceu, pois viajou ao Amapá. Nos últimos anos, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), então presidente do Congresso, participou do ato.
Ministros do centrão também compareceram. André Fufuca (PP), do Esporte, e Celso Sabino (União), do Turismo, foram ao evento oficial, mesmo depois que os seus partidos anunciaram desembarque do governo nesta semana.
Gritos de “Sem anistia” soaram de parte do público. As pessoas foram liberadas para chegar à Esplanada dos Ministérios às 6h. Por volta das 8h, quando as arquibancadas começaram a encher, a mais próxima das autoridades passou a gritar “Sem anistia!”, em referência ao julgamento dos réus pela trama golpista.
Patriotismo e propaganda
Tom da campanha “Brasil soberano” marca o desfile. Há alas com crianças de escola pública vestindo verde e amarelo e uma bandeira de 140 m², carregada por 40 pessoas, com o mesmo escrito. Lula apareceu em carro aberto, como nos anos anteriores.
Ala exclusiva do “Brasil dos brasileiros”. Pessoas de verde e amarelo carregando pequenas bandeiras do Brasil vestem o boné azul que o governo passou a promover para “rebater” o acessório vermelho “America first” (“Estados Unidos em primeiro lugar”, em tradução livre), símbolo do presidente norte-americano, Donald Trump.
Mote é uma tentativa antiga do governo. Com um empurrãozinho de Trump, Lula tem conseguido finalmente —mesmo que de forma parcial— abraçar símbolos nacionais, associados à direita e ao bolsonarismo nos últimos anos.
O desfile também trata de pautas do governo. Como no ano passado com o G20, há uma ala voltada à COP30, organizada pelo Brasil, em Belém, em novembro. É esperado que crianças e jovens desfilem ordenados com apetrechos que representem meio ambiente e sustentabilidade.
Bloco do desfile só para o Novo PAC. Lula também quer destacar o Programa de Aceleração de Crescimento —não exatamente um tema de Estado, mas uma pauta do governo do PT, coordenado pela Casa Civil—, que ainda não deslanchou como o governo esperava.
Mais segurança.
Este 7 de Setembro tem segurança reforçada. Em meio ao julgamento de Bolsonaro e com protestos da direita e da esquerda marcados pelo país, a segurança do desfile é feita por GSI (Gabinete de Segurança Institucional), PF (Polícia Federal), Forças Armadas e pelos órgãos de segurança pública do Distrito Federal.
O acompanhamento está sendo feito durante toda a semana. Em conjunto com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), as forças de segurança têm monitorado a entrada de possíveis caravanas de protesto no Distrito Federal e no entorno da Esplanada dos Ministérios, onde ficam os Poderes e onde ocorrerá os desfiles.
Até então, não foi identificado nada de anormal. “O GSI opera de forma preventiva, em cooperação com os órgãos de segurança pública do Distrito Federal, acompanhando e analisando rotineiramente a evolução de possíveis cenários de risco às autoridades”, informou o órgão ao UOL.
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Fonte: UOL