Relação de Mano com empresários e falta de comando de Sanchez
Foi, mais do que tudo, a derrota do esquema vergonhoso que tomou conta da Seleção Brasileira, desde que Mano Menezes, Andrés Sanchez e o empresário Carlos Leite se empregaram na CBF e/ou tiveram as portas abertas para tratar de negócios, somente negócios e mais negócios, naquela entidade. Trazidos por Ricardo Teixeira, Marin os manteve, fez vistas grossas à incompetência dos mesmos e por isso também tem culpa no cartório.
Não, torcedor, eles não estão tristes pela derrota. Eles estão preocupados é pelo fato de que, sendo eventualmente demitidos, não mais será possível facilitar a vida dos empresários que cansaram de frequentar promiscuamente o ambiente da seleção, desde que eles lá assumiram seus postos.
Oscar foi vendido no hotel em que a delegação brasileira se hospedou. Giuliano Bertoluchi, homem do esquema de Kia Joarabchian, que dispensa comentários, e foi quem que tirou Oscar do São Paulo, comandou as negociações, com livre trânsito, em recinto que deveria ser reservado somente a jogadores e à Comissão Técnica.
A perda medalha de ouro no futebol, a mais fácil de ser conquistada numa Olimpíada em todos os tempos, é fruto do desvirtuamento da função de treinador e de diretor de futebol que se apossou da entidade através da comprometedora performance de seus representantes atuais nestes cargos.
Convocações de medíocres
As convocações de jogadores medíocres, incompreensíveis, inexplicáveis de Mano Menezes; a ligação de inúmeros atletas convocados com o empresário Carlos Leite, por acaso também empresário do treinador, com quem mantinha e mantém contato permanente desde os tempos do Corinthians onde contraram e venderam mais de uma centena de profissionais no espaço de dois anos; a relegação dos critérios técnicos em favor do business, tudo isso resultou e foi contemplado com a derrota incontestável para o México.
Carlos Alberto Silva, no auge da carreira e Zagalo, treinador campeão do mundo, também perderam uma Olimpiada na partida final. Mas há que se registrar que nenhum deles foi com a força máxima no tocante a jogadores de que dispúnhamos naquele momento, enquanto seleções de outros países mandavam o que tinham de melhor para os Jogos.
Nos times de Silva e Zagalo havia somente promessas, que depois se revelaram grandes jogadores. Enquanto isso enfrentavam as mesmas seleções que iam à Copa do Mundo de futebol.
Nesta Olimpíada, a história se inverteu: só o Brasil foi com sua força máxima, enquanto outros países enviaram equipes amadoras. Caso contrário Espanha, França, Alemanha e Itália estariam lá com seus potenciais máximos. Já nós estávamos com Neymar, Ganso, Lucas, Leandro Damião, Hulk, Thiago Silva, todos “titulares” de Mano na equipe principal. A mesma que enfrentou recentemente México e Argentina e perdeu feio para ambas.
E, para quem entende de futebol, a derrota na Olimpíada só estava sendo postergada. Na partida contra a Coréia tivemos, antes de mais nada, sorte. E a complacência do árbitro, que não marcou dois pênaltis claros contra o Brasil. Um deles no primeiro tempo, quando sofremos um sufoco dos asiáticos.
Mano e Sanchez: dupla fraquíssima
Já o péssimo cartel de Mano Menezes e Andrés Sanchez (foto) à frente da seleção, a vergonha que passamos na Copa América, por exemplo, só mostrou a fraqueza de ambos para os cargos que ocupam. O que temos para a Copa do Mundo é este arremedo de time que foi a campo e perdeu a medalha de ouro. Com dois ou três jogadores com mais de 23 anos e que não estiveram em Londres é o que temos. E é muito pouco.
A verdade: depois de mais de dois anos com Mano Menezes e Andrés Sanchez não temos nem a base de um time em condições de disputar a Copa do Mundo de 2014. Mas em compensação todos os fraquíssimos convocados de Mano Menezes arrumaram algum tipo de contrato com clubes do exterior.
O marketing, que tanto fez pelo futebol quando nele adentrou, foi substituído por um esquema desvirtuado, de negócio pelo negócio, do ganho fácil, dos ganhos ilegais de dirigentes e treinadores em todas as transações e que nada mais tem de marketing.
O marketing nos clubes, inicialmente comandados por profissionais competentes, entre os quais me permito incluir, foi invadido por espertalhões, sem qualquer formação técnica ou ética. Veja-se o caso do Corinthians, cujo departamento é comandado por Luís Paulo Rosenberg. Em que empresa Rosenberg dirigiu o departamento de marketing? Em nenhuma.
Hoje, ele, um elemento que não pode atuar no mercado financeiro, de onde é originário, pois está impedido por determinação, por ordem, do Banco Central. Mesmo assim, cria e parceiro de Andres Sanchez, manipula todas as verbas do departamento de marketing de um dos mais importantes clubes brasileiros.
Um sujeito além de tudo azarado, para dizer o mínimo: afinal, todas as empresas que assessorou quebraram. Da Sharp ao Banco Panamericano. Do Banco Excel à Medial, passando ainda pelo seu próprio Fundo de Investimento, que possuiu em sociedade com Ibrain Eris, o mesmo do Banco Centralo de Collor e do confisco financeiro, que quebrou o país.
Rosenberg, aliás, é reincidente, na medida que havia ajudado a criar o Plano Cruzado, que levou o Brasil ao FMI (Fundo Monetário Internacional), com o pires na mão.
Não é, pois, pela derrota na partida final contra o México. Há muito vimos dizendo e escrevendo que a seleção está em péssimas mãos.
É a mesma teoria de Romário, que não poupou críticas a esta Comissão Técnica e ao diretor de futebol em seus comentários na televisão.
Diretor pé frio
E, se tudo isso não bastasse, ainda o diretor de futebol, é um grande pé frio: Andrés Sanchez foi à África do Sul às vésperas da abertura da Copa, vestiu um macacão verde da seleção, extremamente deslegante, que parecia ter dois números maiores que o seu, comeu churrasco, divertiu os repórteres com as besteiras que disse em tom sério e assistiu o Brasil ser desclassificado precocemente. Foi sua grande contribuição para o futebol brasileiro.
Ah! antes disso entrou para a história como o presidente que derrubou o Corinthians para a segunda divisão. Sim, era ele, quem estava na cadeira da presidência quando o Timão caiu. Embora torça e reze todos os dias para que as pessoas esqueçam disso.
Mas o Google tá aí, para comprovar, implacável.
Havia 21 pontos a serem disputados pelo Corinthians no Campeonato Brasileiro quando ele assumiu a presidência e foi incapaz de evitar o maior vexame da história do alvinegro do Parque São Jorge. O time perdeu tudo o que não podia sob sua direção. Como a seleção nas Olimpíadas agora.
Acorda, Marin, senão você também vai para o ralo com estes dois.
Futebol Interior