A Articulação de Esquerda – tendência socialista do Partido dos Trabalhadores – vem publicizar a sua avaliação a respeito do Processo de Eleições Diretas do PT e se posicionar a respeito do segundo turno das eleições do partido em Sergipe.
Primeiramente, a AE saúda a militância petista que, nas urnas, nos confiou 16% dos votos válidos em nível estadual. Entendemos que essa votação aponta para uma disposição militante de disputar os rumos da estratégia do PT, sinalizadas pelas candidaturas de Iran Barbosa, em Aracaju; de Ana Lúcia, em Sergipe; de Valter Pomar, nacionalmente; e em diversas outras chapas municipais em todo o Estado.
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Além dos 16% na nossa candidatura estadual, elegemos Presidentes/as nos seguintes Diretórios Municipais do partido: Amparo do São Francisco, Boquim, Campo do Brito, Canindé de São Francisco, Itaporanga, Japaratuba, Japoatã, Monte Alegre, Neópolis, Pacatuba, Pirambu e Tobias Barreto.
Em nível nacional, mantivemos uma vaga na Executiva Nacional – que será ocupada pelo companheiro Bruno Elias, militante jovem e combativo da Articulação de Esquerda – e a mesma composição no Diretório Nacional, com 4 vagas.
Aqui em Sergipe, os/as filiados/as credenciaram duas candidaturas para o segundo turno das eleições do PT: Rogério Carvalho e Márcio Macedo. Para nós, da Articulação de Esquerda, os dois candidatos compõem historicamente o mesmo campo político do PT, que hegemoniza as posições do partido desde 1995.
Nesse sentido, desde já, a Articulação de Esquerda reafirma a sua defesa de um PT de esquerda, socialista e revolucionário, bem como as suas divergências históricas e estratégicas com o campo majoritário, a exemplo de nossa posição contrária às Fundações na saúde e ao trato equivocado do Governo Estadual com o movimento sindical.
A disputa no segundo turno definirá apenas o Presidente Estadual do partido. A Direção Estadual – composta por 46 membros mais o Presidente e o líder da bancada na ALESE – já foi definida no primeiro turno, a partir da votação das chapas, ficando a seguinte proporção: 18 vagas para a chapa Militância Presente, Partido Forte; 18 vagas para a chapa O Partido que Muda Sergipe; 7 vagas para a nossa chapa: Vamos Mudar o PT para Mudar Sergipe; e 3 vagas da chapa encabeçada por Severino Bispo. Sem dúvidas, essa composição sinaliza positivamente para um equilíbrio de forças, em que nenhum dos agrupamentos obteve maioria absoluta. Isso significa que, durante os quatro anos de gestão, o debate político e o diálogo entre todas as tendências deverá ser a tônica no PT Sergipe.
A votação que obtivemos para a Presidência Estadual no primeiro turno (1066 votos), nos colocou numa posição estratégica na disputa do segundo turno, o que ficou comprovado pela abertura do diálogo das duas candidaturas com a nossa tendência.
Diante disso, a Direção da Articulação de Esquerda abriu um processo democrático e transparente de debate com toda a militância que compõe a tendência. Nos dias 12 e 13 desse mês realizamos Plenárias com lideranças e militantes da AE de Aracaju e dos municípios do interior do estado, de forma a ouvir e discutir as posições existentes. Na quinta-feira (14), a Direção da AE – legitimada pelo conjunto dos/as militantes da tendência – teve reuniões com as duas candidaturas que estão no segundo turno. Por fim, nesse sábado (16) promovemos um Seminário para, a partir do acúmulo das discussões internas e do diálogo com os candidatos, definirmos a posição da Articulação de Esquerda nesse segundo turno.
Em todo esse processo, buscamos construir os caminhos e propostas que fortaleçam e não prejudiquem a Articulação de Esquerda, como uma tendência combativa e socialista dentro do Partido dos Trabalhadores. Diante disso, a nossa posição no segundo turno, em nada, retirará a nossa autonomia e a nossa posição crítica e construtiva dentro do PT. Nos manteremos da forma que a militância do PT e a população de Sergipe nos conhecem.
Mais do que candidatos, os debates que basearam a nossa posição se deram a partir de propostas concretas. Nesse sentido, diante dos debates realizados no seio da tendência, diante dos diálogos e reuniões com agrupamentos dos dois candidatos, diante das propostas que nos foram apresentadas, deliberamos pelo apoio ao candidato Rogério Carvalho.
O apoio se dá em marcos programáticos e de propostas concretas para o funcionamento e atuação do Partido dos Trabalhadores em Sergipe, em três pontos essenciais: funcionamento do partido; questão eleitoral e relação partido-governo-movimento sindical/social. Portanto, o apoio da Articulação de Esquerda se estabelece a partir do momento em que o candidato Rogério Carvalho se compromete com essas propostas, que seguem abaixo.
Funcionamento
1. Visando construir um novo momento na direção partidária com o protagonismo das diversas tendências e agrupamentos que compõem o partido, implementar o exercício do revezamento na Presidência Estadual e na Presidência do Diretório Municipal de Aracaju, nos seguintes termos: dois anos e meio para Rogério Carvalho/Francisco Gualberto; e um ano e meio para Ana Lúcia/Iran Barbosa;
2. Fortalecer a candidatura de Professor Dudu para a Presidência do Diretório Municipal de Estância;
3. Impulsionar o funcionamento dos setoriais, garantindo a autonomia e a pluralidade/diversidade dessas instâncias;
4. Garantir a autonomia e legitimidade das instâncias frente ao partido, aos mandatos e ao Governo;
5. Garantir a transparência na gestão do partido, com autonomia financeira e divulgação ampla das despesas;
6. Implementar um calendário de reuniões que envolva atividades permanentes de formação política dos/as filiados/as;
7. Constituir uma política de comunicação do partido, com meios próprios, que (in)forme a militância e dialogue com a sociedade;
8. Manter, de forma permanente, o cadastramento atualizado dos/as filiados/as do partido, deixando-o disponível ao conjunto da Direção;
9. Compromisso de, antes das eleições no segundo turno, visitar e reunir com a militância petista, nos seguintes municípios: Boquim, Canindé, Monte Alegre e Salgado.
Questão eleitoral
10. Promover, em fevereiro de 2014, um Seminário de análise de conjuntura e balanço das gestões petistas em Sergipe, envolvendo o movimento sindical/social. A partir desse Seminário, constituir um fórum permanente de discussão política que aponte os eixos programáticos do partido para 2014 e debata e construa uma política de alianças dentro dos marcos históricos do Partido dos Trabalhadores;
11. Criar um Grupo de Trabalho Eleitoral que, além dos municípios que já se apresentam com candidaturas próprias do partido, potencialize o PT como alternativa nos seguintes municípios, dado o caráter estratégico dos mesmos: Boquim, Canindé, Monte Alegre, Porto da Folha, Japaratuba, Japoatã, Estância, Salgado e Aracaju;
Relação PT-Governo-Movimento Sindical/Social
12. Que o PT se posicione em favor da instalação e funcionamento da mesa de negociação permanente do Governo com o movimento sindical;
13. Que o PT se posicione em favor dos movimentos sindicais e sociais que vêm sofrendo ameaças e tensões. Nesses casos, o PT deve disponibilizar apoio político e assessoria, inclusive jurídica.
Articulação de Esquerda – Sergipe
16 de novembro de 2013