Os cuidados para prevenir a dengue não devem se limitar à cobertura e lavagem de reservatórios de água, nem somente às garrafas vazias no quintal. Qualquer lugar que possa acumular água parada e lixo são locais perfeitos para abrigar um foco da doença e levar o risco da dengue, não somente à casa onde há o descuido, mas a um quarteirão inteiro.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, no Nordeste, 48,9% dos criadouros do Aedes aegypti estão em depósitos domiciliares e no lixo. São os ralos, uma calha, vasos de planta, uma pequena tampa de garrafa, um copo descartável e até mesmo uma casca de ovo que podem servir de lugar para o mosquito transmissor procriar.
“O período chuvoso e a permanência de temperaturas elevadas tornam o ambiente propício à proliferação do mosquito. Isso porque, segundo o Ministério da Saúde, o ciclo de vida do mosquito para chegar à fase adulta nessas condições pode ser reduzido à metade, fazendo com que ele procrie em um tempo menor, aumentando a quantidade do vetor no meio ambiente”, esclarece Sidney Sá, coordenadora do Núcleo de Endemias da Secretaria de Estado da Saúde.
Índice de infestação
O Levantamento Rápido do Índice de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) é realizado em Sergipe seis vezes ao ano. Este levantamento identifica os criadouros predominantes e a situação de infestação do município e permite o direcionamento das ações de controle para as áreas mais críticas. “O índice de infestação predial é dividido da seguinte forma: Inferiores a 1% estão em condições satisfatórias; de 1% a 3,9% estão em situação de alerta e superior a 4% há risco de surto de dengue”, explica Sidney Sá.
Alerta máximo
De acordo com o último LIRAa realizado em março de 2014, dos 75 municípios sergipanos, 24 estão com risco de ter uma epidemia de Dengue. Desse total, 13 aparecem com sinal de alerta máximo.
O município de Pinhão está em primeiro lugar entre essas 13 cidades e apresenta índice de infestação de 13,5%. Simão Dias aparece em segundo, com índice de 8,4% e Itabaianinha em terceiro lugar, com índice de infestação de 7,6%.
Aracaju figura na relação dos 24 como a primeira cidade da lista dos municípios com risco médio (2,9% de índice LIRAa),Tobias Barreto em segundo com 2,8% e Laranjeiras com 2,5%.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Endemias da Secretaria de Estado da Saúde, o trabalho para a identificação e controle da Dengue é permanente. Ela lembrou que “a investigação das notificações e dos casos confirmados de dengue é fundamental e deve ser imediata, sendo os municípios os responsáveis, não só em notificar, investigar e encerrar um caso de dengue, bem como reforçar o controle em áreas residenciais”, conclui a coordenadora.
Fonte: SES