Agentes e delegados do Complexo de Operações Policiais Especiais (Cope) Polícia Civil prenderam em flagrante no início da noite desta segunda-feira, 28, na cidade de Porto da Folha, o funcionário público Edson Barreto Peixoto, 28 anos. Ele é acusado de desviar R$ 200 mil da agência do Banese de Porto Folha, onde trabalhava como coordenador de caixa desde julho de 2012. O caso foi apresentado à imprensa na manhã desta quarta-feira, 30.
De acordo com o delegado Flávio Albuquerque, o acusado tinha acesso exclusivo a senhas dos operadores de caixa e utilizava esta condição privilegiada para desviar créditos financeiros para a conta bancária da esposa cuja agência é na cidade Poço Redondo. Em depoimento, ele confessou que os desvios começaram a ser feitos em meados de julho do ano passado com o único interesse de comprar um estabelecimento comercial da Ilha do Ouro, em Porto da Folha.
O valor pedido pelo comerciante para vender o bar foi de R$ 170 mil e deveria ser pago à vista. Edson disse ao delegado Flávio Albuquerque que assim que os desvios somaram o valor almejado, transferiu o dinheiro para a conta do empresário e fechou o negócio. Depois da compra, Edson percebeu que o bar precisava de uma reforma e conseguiu desviar mais R$ 30 mil do banco.
Falso sequestro
Tudo ia bem para Edson até que ele soube que na última segunda-feira a agência de Porto da Folha seria visitada pela auditoria do Banese. “Certamente a Auditoria descobriria o esquema. Temendo ser desmascarado, Edson resolveu simular um sequestro e montou uma história cheia de contradições para enganar o banco e a polícia”, disse Flávio.
O delegado explica que, inicialmente, Edson narrou a polícia e ao gerente do banco, que assim que saiu do prédio onde mora para trabalhar foi abordado por dois homens armados com pistolas ponto 40. Ele disse que os sequestradores entraram em seu carro e obrigaram a agir de acordo com as ordens dos bandidos. Uma dessas ordens é que ele deveria ir na agência e desviar R$ 200 mil para dar aos bandidos.
Na versão de Edson, temendo por sua vida e pela esposa, foi obrigado a fazer o desfalque. Ele contou também que assim que pegou o dinheiro, os bandidos o colocaram dentro do carro e o conduziram até as proximidades dos municípios de Gararu e Nossa Senhora de Lourdes, onde o abandonaram juntamente com o veículo e um malote com 200 cédulas de R$ 5,00, totalizando hum mil reais.
Depois disso, Edson conta que saiu pelas estradas pedindo socorro e que teria recebido ajuda de populares que o levaram até a cidade de Porto da Folha. Lá ele foi ao banco e comunicou o ocorrido ao gerente. De imediato, os executivos do Banese pediram apoio da Polícia Civil, que tomou as primeiras diligências às 11h30.
Após algumas horas de depoimento, os delegados Flávio Albuquerque, Cristiano Barreto e André Baronto encontraram várias inconsistências no depoimento. Pressionado pelos delegados, Edson acabou confessando a autoria dos desvios de dinheiro e que o sequestro foi uma maneira encontrada por ele para maquiar o furto no banco.
De vítima Edson acabou indiciado pelo crime de peculato e falsa comunicação de crime a polícia. O delegado ressalta que tanto a esposa do bancário como o comerciante que vendeu o bar na Ilha do Ouro não têm envolvimento com Edson Barreto. “O negócio foi fechado de boa fé pelo comerciante. Agora a Assessoria Jurídica do Banese tomará às devidas providências para reaver o dinheiro furtado ao longo de meses”, enfatizou o delegado.
SSP/SE