A deputada estadual Goretti Reis usou a tribuna nesta quarta-feira, 19, para apresentar um balanço de sua passagem pela Secretaria de Saúde de Aracaju. De volta ao legislativo, a parlamentar lamentou o grande valor da dívida encontrado na pasta e pediu ao Estado e ao governo federal (gestor principal do Sistema Único de Saúde – SUS) um melhor uso de verbas no setor, especialmente nas áreas de média e alta complexidade. “Aracaju hoje é uma referência no atendimento de média e alta complexidade”, lembrou.
“Foi uma honra aceitar o convite do prefeito João Alves para ser secretária de Saúde do Município. Fomos reorganizar a sistemática de saúde, motivar os servidores e dar atendimento mais acolhedor e digno aos usuários do SUS, fazendo a interlocução com as categorias”, afirmou a deputada, destacando o fato de ter encontrado muitas demandas dos sindicatos dos trabalhadores da saúde.
A deputada disse que dentro das possibilidades, avançou em algumas questões. Na financeira, apontou Goretti, foram muitas dificuldades. A parlamentar explicou que existem três fontes de recursos e que ao longo dos anos o município vem perdendo verbas federais. “Em dezembro de dois mil e nove Aracaju recebia mais que o teto estadual. Ao longo dos anos isso mudou e com a chegada das fundações estaduais houve mudanças dos recursos e o município deixou de receber mais verbas. Houve estacionamento, não ocorreram avanços no repasse de recursos de 2009 até 2013. Como ofertar mais atendimento sem recursos suficientes”, questionou.
Segundo Goretti Reis, muitas clínicas deixaram de ofertar procedimentos por causa da tabela do SUS (defasada). “Com a estabilização nos repasses ao município, a população passou a reclamar, pois não podemos prestar atendimento dentro da demanda. Recebi a pasta com uma dívida de 25 milhões (por parte) do Estado. Tínhamos dívidas de mais 64 milhões, então como conciliar e ter credibilidade dos prestadores? Tivemos que renegociar constantemente para não deixar faltar insumos e atender a população”.
A deputada declarou aos colegas que foi obrigada a fazer contingenciamento, redução de cargos e de valores para atender as despesas. “Consegui viabilizar os pagamentos, mas o Estado ainda nos deve 18 milhões do valor da dívida de 2013. Muitas dívidas (do governo estadual) não foram honradas. Conseguimos pagar em dia aos nossos fornecedores e prestadores de serviços e obtivemos alguns avanços”, disse. Goretti declarou que a tabela do SUS é uma vergonha e muitos profissionais deixam de realizar procedimentos cirúrgicos porque pagam 100 reais. “O preço da tabela SUS prejudica a população”.
“Tentamos viabilizar a questão do sistema de marcação e de regulação. O município é quem precisa fazer a regulação do sistema. A população hoje precisa ir atrás do médico, mendigar um dia para fazer um exame e isso é inconcebível”, lamentou a deputada durante o balanço de sua passagem pela SMS. De acordo com Goretti, o Estado aloca recursos demais na FHS e o órgão não dá resposta. “Isso afeta o atendimento, precisa abrir uma porta de exames na quantidade que a população precisa e reduzir o estrangulamento, evitar que a pessoa vá todos os dias na unidade de saúde. Isso deveria estar no sistema, a pessoa ser notificada por mensagem de celular para saber onde e quando fará o exame, sugeriu.
A deputada fez apelo para que se faça uma revisão, uma realocação de recursos na Saúde, trazendo mais verbas pata procedimento de alta e média complexidade, reduzindo a demanda reprimida. “Tivemos muitas compras de medicamentos que não foram viabilizadas e isso causou transtorno. Não foi por falta de recursos, mas a lentidão no processo de compras. Muitas coisas foram corrigidas e um exemplo foi a normalização do abastecimento de medicamentos em Aracaju”, disse.
Siga o SE Notícias pelo Twitter e curta no Facebook
Da Assessoria de Imprensa