A primeira fase do concurso para Juiz Substituto do TJSE, a prova objetiva, foi realizada na manhã deste domingo, 29/11, na Faculdade Pio Décimo e na Fanese, em Aracaju. Inscreveram-se para as 14 vagas, sendo 20% reservadas para candidatos negros e 5% para deficientes, 4.428 candidatos, uma concorrência geral de 316 candidatos por vaga. Membros da comissão do concurso visitaram os locais de prova. A primeira etapa da próxima fase, a prova discursiva, está prevista para acontecer no dia 14 de fevereiro.
“Os candidatos que conseguirem passar por essa primeira etapa vão para a segunda fase, que envolverá uma prova de discursiva e de sentença cível e criminal. Depois, teremos os exames de sanidade física, mental e psicotécnico. Outras fases passam pela sindicância da vida pregressa dos candidatos, a prova de títulos e, por fim, a prova oral. Ou seja, todas as fases, que são eliminatórias, envolvem quase um ano de concurso. É um concurso bastante desgastante para o candidato, mas com fases indispensáveis pelo que se exige do magistrado”, explicou a Juíza Bethzamara Rocha, Presidente da Comissão do Concurso.
Ela ressaltou que alguns fatores são responsáveis pela grande concorrência do certame, um deles a redução de concursos públicos anunciada em nível federal. “O Tribunal de Justiça de Sergipe está fazendo esse concurso porque estamos com um quadro de Juízes reduzido, apesar do período de contenção de dívidas que o país está passando. Também temos um Tribunal bastante respeitado em relação a metas do CNJ e qualidade dos magistrados”, analisou.
Dois Procuradores de Justiça de São Paulo vieram para Aracaju fazer o concurso com essa impressão. “Além de a carreira ser extremamente estruturada, o Judiciário daqui oferece excelentes condições para os candidatos”, elogiou Clemence Siketo, que chegou à cidade na quinta-feira para se ambientar. Felipe Mayrink também concordou que o concurso para Juiz do TJSE é atrativo. “É um concurso interessante. A carreira é louvável e a estrutura atrai bastante, é um diferencial”, completou.
Inclusão
Entre os 719 candidatos negros e os 40 que se inscreveram para vagas de deficientes, havia dois com baixa visão, que receberam cadernos ampliados, e um cego, Fábio Almeida Silva, que solicitou leitura de prova. Ele veio de Campina Grande (PB), onde tem um escritório de advocacia, e disse que tem como exemplo o Desembargador do Trabalho Ricardo Tadeu, que é cego e atua no Paraná.
“Sempre tive inclinação para a magistratura. Estamos em um país que está evoluindo na questão de eliminar as desigualdades sociais. Então, nada melhor que ingressar em uma carreira que tem o mister constitucional de fazer justiça”, destacou Fábio. Além disso, ele disse que a magistratura é uma carreira clássica do Direito e o concurso uma oportunidade para quem vem se preparando para certames púbicos. “Em se tratando de concursos, quanto mais provas você faz para ganhar bagagem, melhor. Na prova para Juiz de Pernambuco, fiquei por apenas duas questões no ponto de corte”, contou o candidato.
O Juiz Sidney Almeida, membro da Comissão do concurso, fez questão de cumprimentar o candidato antes da prova e falou sobre a importância da reserva de vagas para negros e deficientes. “Do ponto de vista da inclusão social, o Tribunal de Justiça fica muito satisfeito em poder oportunizar a essas pessoas o acesso ao serviço público. Sabemos que tanto deficientes quanto negros, historicamente, sofrem exclusão social e felizmente, no Brasil, estamos em um processo de resgate da dignidade dessas pessoas ampliando as oportunidades”, analisou o magistrado.
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Ascom/TJSE