Com a renda mais curta e o desemprego aumentando, o consumidor brasileiro está mais cauteloso na hora de gastar. Porém, a expectativa para alguns segmentos em comemoração ao Dia dos Namorados, 12 de junho, pode representar um aquecimento nas vendas, ainda que diminuto em relação ao mesmo período do ano passado.
Dados da CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), e diante de uma sondagem feita para o Dia dos Namorados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em todas as capitais, mostra que neste ano 57,4% dos brasileiros pretendem presentear alguém na data e o valor total desembolsado com os presentes será, em média, de R$ 137,48, quantia inferior à apurada para o mesmo período de 2015, de R$ 150,82.
“Isso significa que, já descontada a inflação acumulada no período, a redução dos gastos neste ano deverá ser de 16,84%. Entre os consumidores da classe C, o valor médio total gasto com os presentes será ainda menor: R$ 129,77 contra R$ 166,51 das pessoas que pertencem às classes A e B”, aponta o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
De acordo com o levantamento, apenas 15,6% dos entrevistados planejam gastar mais com os presentes em 2016 do que no último ano. A maior parte (30,1%) ainda não sabe quanto irá gastar e 20,3% projetam diminuir seus gastos.
Para a CDL/Aracaju e FCDL/Sergipe, a data é considerada a terceira melhor em termo de vendas, perdendo apenas para o Natal e Dia das Mães. Conforme Edivaldo Cunha, presidente da FCDL, o que faz os lojistas acreditarem que as vendas podem aquecer o mês de junho é que, apesar da situação de crise e instabilidade econômica vivida atualmente no Brasil, “a data emocionalmente é bem representativa e tem um apelo natural dos casais novos, dos que convivem de qualquer forma, em matrimonio ou não, e também para os eternos namorados, que se arrastam até o fim de suas vidas”.
Mesma opinião é compartilhada por Brenno Barreto, da CDL, para quem a variedade de produtos existentes no comércio, desde as flores aos mais sofisticados presentes, “deverão selar esse leque de opções e referendar o apelo da data, transformando as ações e gestos em vendas”.
Para fomentar as vendas do Dias dos Namorados, o Sindilojas e a CDL em Aracaju informam à população que na véspera da data, 11 de junho, o comércio dilatará seu horário de funcionamento, abrindo as portas das 8 às 18h.
“Geralmente aos sábados, como de costume, o comércio abre das 9 às 13h, porém na véspera do Dia dos Namorados estaremos funcionando das 8 às 18h em todo Centro de Aracaju, respeitando o direito de segmentos que não queiram optar por este horário”, avisa Gilson Figueiredo, do Sindilojas.
Intenção de consumo
Apesar da cautela dos consumidores na tentativa de escapar do endividamento, cresceu o número de entrevistados que manifestaram a intenção de recorrer ao cartão de crédito neste Dia dos Namorados.
O pagamento à vista em dinheiro deve ser a forma de pagamento utilizada por quase metade (47,1%) dos entrevistados, mas o parcelamento no cartão de crédito passou de 15,7% das respostas no ano passado para 20,1% em 2016. Outras formas de pagamentos usuais neste ano deverão ser o cartão de crédito à vista (15,5%) e o cartão de débito (11,6%).
“Em um momento em que as pessoas estão inseguras em seus empregos, comprar o presente à vista em dinheiro pode ser uma boa alternativa para fugir do endividamento. Chama a atenção o crescimento na quantidade de quem vai parcelar. O ideal é não abusar de parcelamentos para evitar o comprometimento da renda com prestações”, orienta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Roupas lideram preferência
As roupas serão o principal item escolhido para presentear no Dia dos Namorados deste ano, com 34,3% de preferência dos entrevistados. Apesar da liderança, houve queda no percentual: ano passado as roupas tinham a preferência de 46,5% dos consumidores ouvidos.
Em segundo lugar aparecem os perfumes e cosméticos (24,9% contra 22,2% em 2015), seguidos pelos calçados (12,5% contra 22,2% ano passado), jantares (11,3% frente a 8,1% em 2015) e chocolates (8,8% contra 7,2% em 2015).
Acessórios como cintos, bijuterias, óculos e relógios, por exemplo, que estavam em quarto lugar no ranking dos presentes mais procurados do ano passado (10,3%), caíram para o nono lugar da lista deste ano, com apenas 6,4% de menções.
Já os produtos mais desejados para 2016, ou seja, aqueles que os entrevistados gostariam de ganhar na data, são: roupas (24,5%), perfumes e cosméticos (18,5%), calçados (17,2%) e celulares (13,6%). Segundo a sondagem, oito em cada dez entrevistados (81,4%) esperam ganhar algum presente.
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Fonte: CDL e FCDL/Sergipe, com CNDL/SPC