Começou nesta terça-feira (20), a Campanha de Combate à Sífilis, realizada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), através do Programa Estadual de DST/Aids. Este ano, o trabalho é voltado para a sensibilização dos profissionais e gestores da área de saúde, para que intensifiquem as ações já desenvolvidas nas Unidades Básicas, contribuindo com o enfrentamento da patologia e, consequentemente, a redução dela.
De acordo com o gerente do programa, o médico Almir Santana, atualmente, 42% do diagnóstico da sífilis em gestantes ocorre na maternidade. “Com a descoberta precoce, o tratamento pode ser realizado com mais eficácia. E esse diagnóstico só pode ser feito com a realização do pré-natal”, alerta.
Somente em 2015, foram 270 casos de bebês que nasceram com a doença, colocando Sergipe como primeiro estado do Nordeste em casos notificados de sífilis congênita. “É um dado preocupante. Precisamos do apoio de todos os profissionais e gestores para mudar este quadro”, completa Almir Santana.
Durante a campanha serão realizadas reuniões nos municípios sergipanos, envolvendo médicos, enfermeiros e agentes de saúde, para atualização e discussão de novas estratégias. Além disso, será feita a divulgação nas Unidades Básicas de Saúde com o intuito de conscientizar as gestantes e seus parceiros quanto à importância da realização pré-natal.
“A campanha quer recomendar aos profissionais e gestores que sejam mais vigilantes. Iniciar o pré-natal mais cedo, ficar atento nas comunidades para detectar se há gestantes que não estão sendo acompanhadas e indicar o uso da camisinha (mesmo para as mulheres grávidas) são algumas das orientações”, detalha o gerente do programa.
A ação também vai orientar que os testes rápidos para sífilis e HIV sejam feitos na própria unidade e eles se estendam aos parceiros das gestantes.
A sífilis
A sífilis é uma doença infecciosa de transmissão sexual e também da mãe infectada para o filho (sífilis congênita). A bactéria denominada Treponema pallidum, quando presente na corrente sanguínea da gestante, atravessa a barreira placentária atingindo o feto. A infecção pode ocorrer em qualquer fase da gestação. O risco de transmissão ao feto varia de acordo com o estágio da doença na gestante.
A sífilis congênita pode ser causa de prematuridade, abortamento espontâneo, óbito fetal (em até 40% dos casos de sífilis na gestação poderá ocorrer morte do feto ou do neonato); recém-nascidos sintomáticos (com as manifestações clássicas – baixo peso, anemia, aumento do fígado e baço, icterícia) e recém-nascidos assintomáticos.
A prevenção da sífilis congênita depende de medidas simples, de baixo custo e altamente eficazes, traduzidas no diagnóstico da sífilis materna e no tratamento adequado da mãe e de seu parceiro sexual, resultando no tratamento simultâneo do feto.
“A ocorrência de casos de sífilis congênita revela falhas graves no sistema de saúde. E é considerada com um indicador para avaliação da qualidade da assistência à gestante”, complementa Almir Santana.
Fonte: Ascom