Por GLOBOESPORTE.COM – Aracaju
Um dia os momentos de martírio chegam ao fim. Nenhum sofrimento pode ser eterno. E a hora da redenção do Sergipe chegou. Foram quase dez anos de angústia, de um jejum que parecia interminável. Durante este amargo período, além da falta de títulos no Campeonato Sergipano, o alvirrubro lutou por algumas vezes contra o rebaixamento. Mas o dia 26 de maio marcou o fim da tristeza colorada. O fim da ausência de conquistas. O time comandado por Givanildo Sales venceu o River Plate no segundo jogo da grande final da competição, neste domingo, no Batistão, por 3 a 2, e se sagrou Campeão Sergipano na temporada de 2013. A última vez em que o clube levantou esta taça foi em 2003.
Os dois finalistas jogavam por uma vitória simples. O empate levaria a decisão para as penalidades. Lucão abriu o placar com um minuto. Cambalhota ampliou a vantagem colorada ainda no primeiro tempo. Na etapa complementar, Kível fez dois e colocou o River Plate novamente na disputa. Mas Carlinhos, no minuto final, marcou, de forma épica, o gol do título alvirrubro.
Com a conquista do Estadual, a equipe vermelha da capital sergipana garantiu vaga na Série D do Campeonato Brasileiro, que começa na próxima semana. O jogo de estreia é contra os baianos do Vitória da Conquista, no Batistão, no próximo fim de semana. Além disso, Sergipe e River Plate asseguraram vaga na Copa do Brasil e Copa do Nordeste de 2014. O Sergipe é recordista de títulos sergipanos, com 32 conquistas.
Avassalador
Se faltaram gols na partida de ida da grande final do Sergipano, no último domingo, no jogo da volta a rede balançou logo no primeiro minuto. O Sergipe iniciou a decisão contra o River Plate de maneira avassaladora, com gol já no primeiro minuto. O baixinho Bibi, do Ouro Negro, perdeu a bola no campo de ataque e proporcionou o contragolpe dos rivais. Cambalhota recebeu passe e lançou para Lucão, que avançou, passou por dois marcadores e mandou um foguete, sem dar chance de defesa para Pablo.
Os primeiros minutos de jogo mostraram que o time da capital não teria muitas dificuldades para confirmar o título. Mostrando um ritmo intenso de jogo, o Sergipe pressionou os visitantes no campo de ataque e era o que criava as jogadas mais perigosas do jogo. A equipe soube aproveitar bem as jogadas pela direita com Carlinhos. Lucão, Cambalhota e Fernando Pilar também davam trabalho para a defesa petroleira.
Aos poucos o River Plate foi conseguindo trabalhar um pouco melhor na partida, e vez ou outra oferecia algum perigo. Em jogada pela esquerda, com Pedrinho, o lateral lançou a bola na área e Kível tentou o arremate. Itamar conseguiu cortar, mas quase marcou contra.
Em seguida o atacante do River Plate teve outra boa oportunidade de empatar o jogo. Ele recebeu cruzamento e cabeceou no contrapé de Marcão, goleiro do Sergipe. A bola passou perto do travessão.
Porém os ventos estavam soprando mesmo em favor do Sergipe, que chegou ao segundo gol. Aos 26 minutos, Fabinho ficou livre na esquerda e chutou, a bola bateu em Raulino e voltou para ele, que ampliou para o time rubro. Rafael e Lucão ainda tiveram a oportunidade de ampliar ainda mais o marcador para os colorados. Everton deu a resposta do time de Carmópolis e quase diminuiu. Ele mandou um chute forte de fora da área e acertou a trave superior. Leandro Kível também quase marcou o dele, mas parou na defesa de Marcão.
O troco e o susto
Para combater a apatia demonstrada no primeiro tempo pelo River Plate, Edmilson Santos promoveu duas alterações no intervalo. Ele sacou Márcio e Everton e colocou Marcelinho e Claudinei. As mudanças surtiram efeito e o time voltou bem melhor para o jogo. De bola parada, o River diminuiu logo aos 4 minutos. Lendro Kível cobrou falta com a direita. A bola desviou na barreira e tirou o goleiro Marcão de ação.
O tento fez com que o enredo da partida mudasse um pouco. O Sergipe, que dominava o jogo, viu o adversário encostar e equilibrar as ações. O River Plate quase chegou ao empate com Bibi, que recebeu livre na áera e tirou de Marcão, mas a bola passou rente a trave. Mas isso não significa que o clube colorado tenha tirado o pé do acelerador. Aos 25, Lucão acertou um chute forte de fora da área e obrigou Pablo a fazer a defesa.
Mas o River Plate estava mesmo disposto a reagir. O time começou a pressionar os anfitriões e conseguiu o empate aos 32 minutos. Leandro Kível recebeu bom passe de Claudinei, passou por Itamar e tocou com categoria na saída de Marcão, se consagrando como artilheiro isolado do Sergipano com dez gols. Com o empate, o River cresceu ainda mais na partida e encurralou o Sergipe em busca da virada.
Contudo, a festa da tarde-noite deste domingo era para ser mesmo colorada. Aos 45 minutos, quando todos já esperavam as cobranças de penalidades máximas para decidir o título, o lateral direito Carlinhos liquidou a fatura e fez o gol do título. Lucão tabelou bem com Almir Sergipe, que tocou para Carlinhos, que completou bem para o gol. Após nove anos de jejum, o Sergipe se sagrou campeão sergipano.
SERGIPE 3 X 2 RIVER PLATE
Sergipe: Marcão, Carlinhos, Emerson, Léo, Itamar e David; Fernando Pilar (Júnior Borracha), Rodrigo (Almir Sergipe) e Rafael (Leozinho); Lucão e Fabinho Cambalhota. Técnico: Givanildo Sales.
River: Pablo, Magno, Bira, Márcio (Claudinei) e Pedrinho; Raulino, Lelê, Wallace e Everton (Marcelinho); Bibi e Leandro Kível. Técnico: Edmilson Santos
Gols: Lucão 1′ do 1º tempo; Fabinho Cambalhota 26′ do 1º tempo; Leandro Kível (2x) 4′ e 32′ do 2º tempo; Carlinhos 45′ do segundo tempo.
Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (CBF/GO). Assistentes: Nelza Inês Back e Nadine Schram Câmara Bastos (Aspirantes Fifa/SC). Quarto árbitro: Charles Herbert Cavalcante Ferreira (CBF/AL)
Local: Estádio Lourival Baptista (Batistão)- Aracaju Data: 26/05/2013 Motivo: Segundo jogo da final do Campeonato Sergipano Público: 9.011 Renda: R$ 92.670