Gazeta Esportiva
Caiu neste sábado, para o Boa, a sequência invicta do Palmeiras. Habituado a conseguir viradas até improváveis – foram quatro até aqui na Série B do Campeonato Brasileiro -, o líder da competição novamente saiu atrás no placar, mas, jogando com uma escalação mista, desta vez não arrancou nem sequer o empate e deixou Varginha derrotado por 1 a 0, com gol marcado por Fernando Karanga logo aos dois minutos.
Apesar do primeiro tropeço depois de 12 partidas, o time treinado por Gilson Kleina se mantém na primeira colocação da competição, ainda com 40 pontos. A equipe mineira, por sua vez, pula para 29 pontos, assume o quinto lugar e encosta na faixa de acesso à elite.
Pela Série B, ambos voltam a campo no sábado: o Boa visita o Sport, na Ilha do Retiro, enquanto o Palmeiras vai ao Castelão enfrentar o Ceará. Antes disso, no entanto, a equipe paulista tem compromisso pela Copa do Brasil – na quarta-feira, faz o jogo de volta das oitavas de final contra o Atlético-PR, fora de casa.
Neste sábado, de olho na partida decisiva do torneio mata-mata, Gilson Kleina, que já não tinha o suspenso Wesley nem Valdivia (em recuperação de edema na coxa direita), poupou Fernando Prass, Vilson, Juninho e Leandro e deixou Mendieta na reserva.
Com um time bastante modificado, a começar pelo goleiro Bruno, o Palmeiras sofreu um duro golpe ainda no início da partida. Logo aos dois minutos, após escanteio cobrado por Marcelinho Paraíba pela esquerda, Fernando Karanga aproveitou indefinição entre Luis Felipe, Alan Kardec e Bruno para subir de cabeça e mandar a bola para a rede.
Como é habitual, Bruno imediatamente reclamou da marcação dos companheiros, que não esboçaram qualquer reação. A equipe, aliás, mostrava-se bastante desligada. O zagueiro e capitão Henrique (que jogava com a camisa 99, em homenagem ao aniversário do clube) ofereceu dois contragolpes em dez minutos ao perder bolas dominadas na defesa.
O Boa fazia uma marcação forte, com bom tempo de bola, e não passava sustos. O meia Felipe Menezes, em tese o principal responsável pela armação palmeirense, não encontrava espaços e ouvia cobrança de Kleina da beira do campo. Cobrança que teve como único efeito irritar o jogador a ponto de ele não mais se virar para o banco de reservas.
Sem ligação com qualidade, os atacantes Ananias e Alan Kardec se esforçavam para ganhar da defesa algumas bolas lançadas pelo alto. Quando conseguiam, não havia quem os acompanhasse dentro da área nas jogadas pela linha de fundo. Na melhor jogada antes do intervalo, Ananias recebeu de costas, girou sobre a marcação e cruzou à meia altura, nas mãos do goleiro Douglas.
A equipe mineira, sob os gritos de “olé” na parte final do primeiro tempo, quase ampliou a vantagem aos 27 minutos, quando Marcelinho Paraíba teve a liberdade de dominar e arriscar arremate da intermediária. A bola foi em cima de Bruno, mas dificultou a defesa por ter saído muito forte. O goleiro impediu que ela entrasse espalmando para escanteio.
No intervalo, Kleina atendeu aos pedidos da torcida e colocou Mendieta em campo. O meia paraguaio, preservado a princípio para evitar lesão, entrou no lugar do volante uruguaio Eguren, que havia recebido cartão amarelo na etapa inicial. Mais tarde, o treinador sacou também Charles, igualmente advertido com cartão amarelo, para colocar Ronny.
O Palmeiras partiu em busca do empate na base do desespero, notório pela permanência de Henrique quase que em tempo integral no ataque. Efetivamente, porém, o goleiro Douglas fez apenas uma difícil defesa, aos 33 minutos, em arremate rasteiro de Luis Felipe da fora da área. As outras chances não levaram perigo e não impediram a terceira derrota do líder na Série B.