Um vídeo do ex-boxeador Maguila, de 60 anos, pedindo ajuda para sair da clínica terapêutica onde está internado em Itu (SP) repercutiu nas redes sociais, nesta quinta-feira (29).
Maguila passa por tratamento de demência pugilística (ETC), uma enfermidade neurodegenerativa evolutiva e incurável. O mal causa dificuldades motoras e distúrbios de memória.
No vídeo, José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, afirma que a esposa e a instituição o proíbem de deixar o complexo.
“Tô aqui nessa clínica internado, que a minha mulher me colocou aqui. Eu quero ir embora, mas a clínica não deixa. Estou há um ano e meio aqui. A clínica não quer deixar eu ir embora porque é propaganda para a clínica. Ela não quer deixar eu ir embora. Eu quero uma força de vocês aí, meu povo, para eu ir embora daqui.”
O G1 entrou em contato com a clínica responsável pelo tratamento e conversou com o terapeuta responsável, Pales Campos. Segundo o profissional, outro ex-paciente que tinha um celular repetiu as palavras e pediu para o ex-boxeador repeti-las.
“Não está abandonado por ninguém. Ele está bem cuidado. Essa pessoa criou essa inverdade, essa situação constrangedora e já foi identificada e será penalizada por essa mentira”, diz.
Sobre a rotina de Maguila, o terapeuta afirma que o paciente necessita de medicação, recebe visitas toda semana e tem o acompanhamento médico 24 horas.
Recuperação
O espaço onde ele está tem 36 mil metros quadrados e se parece com um sítio. Na época da chegada ao local, Maguila entrou com uma maca em situação crítica e alimentava-se por uma sonda. O estado era considerado terminal pelos médicos.
A sobrevivência dependia da mudança no tratamento, reabilitação do organismo e contenção das avarias em seu cérebro, condenado após uma carreira toda dedicada ao boxe.
O Esporte Espetacular esteve nas instalações em agosto e conversou com o sergipano. Na ocasião, os cuidados explicaram que o paciente submete-se diariamente a sessões de fisioterapia e toma inúmeros remédios para frear a ETC.
Antes de chegar ao centro, ele ficou dois anos internado na Santa Casa de São Paulo, prejudicado por um renitente pneumonia. Depois da alta, permaneceu um ano em casa, enfraquecido e com pouco contato com o mundo.
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Por Carlos Dias, G1 Sorocaba e Jundiaí