por GLOBOESPORTE.COM
Com a derrota do São Paulo no início da noite desta quarta-feira, a notícia de que o Botafogo poderia assumir a liderança isolada do Campeonato Brasileiro deve ter chegado aos jogadores ainda no vestiário. Mas o que era para servir de ânimo acabou tendo um efeito contrário. Nervoso, o Alvinegro se tornou a nova vítima do empolgado Bahia. Após surpreender o campeão gaúcho Inter fora de casa, o Tricolor de Aço ganhou do campeão carioca por 2 a 1, de virada, no gramado irregular do Batistão, em Aracaju. Chegou ao sexto lugar com sete pontos, mesma pontuação dos cinco primeiros colocados, e de quebra tirou a invencibilidade de 19 jogos do adversário, que terminou a rodada na quinta posição.
Vitinho marcou seu primeiro gol na competição e por um momento deixou o Botafogo líder. Mas Fernandão, autor dos dois gols da virada, tornou-se o carrasco dos cariocas e o herói do Bahia. Deixou o campo no segundo tempo muito aplaudido por parte dos 13.759 torcedores pagantes que foram à despedida do velho Batistão. O estádio agora será fechado para uma ampla reforma, orçada em R$ 15 milhões e com duração prevista de 18 meses. A renda da partida foi de R$ 386.300.
– Nós queremos (vencer) em casa. Queremos a torcida junto. Queremos voltar com a Fonte Nova lotada e a torcida empurrando – comemorou Cristóvão Borges, numa espécie de desabafo contra a conturbada relação que a torcida criou com o time após o estadual, mas sem se ater ao fato de que o Bahia vai jogar fora de casa na próxima rodada.
Apesar do retorno de Fellype Gabriel, recuperado de dores na coxa, o Botafogo sentiu a falta de Lodeiro, convocado para a seleção do Uruguai para a Copa das Confederações.
A ausência do meia, autor dos dois gols na vitória sobre o Cruzeiro, parece ter sido o suficiente para desentrosar a equipe.
– Começamos bem, mas a gente começa a dar chutão e perde a característica. Perdemos por nossa culpa. O Bahia não fez nada assim. A gente tem que manter nosso padrão – criticou Seedorf.
Na próxima rodada, o Botafogo volta a ser visitante contra a Ponte Preta, sábado, às 21h (de Brasília), no Moisés Lucarelli. No mesmo dia, mas às 18h30m, o Bahia vai a Volta Redonda, no Rio de Janeiro, encarar o Vasco no Raulino de Oliveira.
Goleiros falham, atacantes agradecem
Contra o Botafogo, o Bahia não repetiu a tática de jogar nos contra-ataques, que funcionou na vitória fora de casa sobre o Internacional. E nem teve chance para tanto. Logo nos primeiros minutos, Vitinho arriscou de muito longe, Marcelo Lomba chegou na bola mas aceitou, e o Alvinegro pulou à frente do placar. O resultado obrigou o Tricolor a sair para o ataque, só que Fernandão ficava isolado entre os zagueiros e era facilmente desarmado, e Ryder tentava explorar as costas de Lucas mas não conseguia finalizar. Estava difícil. O único lance de perigo foi na bola aérea, mas Diones cabeceou em cima de Renan.
Enquanto isso, o segundo gol do Botafogo quase pintou com Fellype Gabriel, que concluiu um cruzamento de Julio Cesar no travessão. O meia também reclamou de pênalti após falha de Titi na zaga, mas o juiz nada marcou. Até que uma substituição forçada acabou sendo a solução para o Bahia. Marquinhos Gabriel se lesionou, e Cristóvão lançou Potita no jogo. Num raro ataque que o time conseguiu com quatro jogadores, o meia-atacante recebeu na entrada da área e chutou forte. Renan bateu-roupa, e Fernandão escorou o rebote para empatar.
Em fogo-amigo de Fellype Gabriel, Fernandão vira herói
O gol no fim do primeiro tempo reanimou o Bahia, que voltou melhor para a etapa final. E nem precisou jogar no contra-ataque. O time continuou no ataque, e Fernandão seguiu levando perigo. Numa tentativa de antecipar o passe, Antônio Carlos falhou e deixou o atacante na cara de Renan, mas o chute foi na rede pelo lado de fora. Mas o erro de Fellype Gabriel custou mais caro. Ao recuar a bola para o campo de defesa, jogou de presente para o camisa 9, que dessa vez não desperdiçou e virou o jogo para o Tricolor. Cansado, o artilheiro do jogo deixou o campo aplaudido logo depois.
E quem entrou foi Souza, atacante que ficou marcado por provocações ao Botafogo desde a época em que defendia o Flamengo. Recuperado de um estiramento na coxa, ele também teve a chance de voltar a ser carrasco do Alvinegro ao sair na cara do gol, mas o chute foi em cima de Renan. Com Seedorf apagado, Oswaldo de Oliveira foi para o tudo ou nada: tirou Vitinho e Fellype Gabriel para as entradas de Andrezinho e Bruno Mendes. No último minuto, o atacante – que já foi xodó no ano passado e convive com a reserva em 2013 – teve a chance de igualar tudo novamente, mas a finalização na pequena área raspou a trave esquerda de Marcelo Lomba e foi para fora. Alívio da torcida na Bahia e em Aracaju.