Nas proximidades do Dia Nacional da Mamografia, que acontece no dia 05 de fevereiro, Dra. Paula Saab, Médica Mastologista, integrante da Comissão de Políticas Públicas e de Imagem, da Sociedade Brasileira de Mastologia, alerta para os dados do DATASUS que revelam que a cobertura mamográfica em Sergipe fica em torno de 19 %, ou seja, de cada 100 mulheres em idade de realizar mamografia, somente 19 fazem.
Durante a pandemia houve uma queda global na realização do exame, o que agravou o número de mulheres com diagnósticos tardios de câncer de mama diminuindo a chance de cura e tornando os tratamentos mais complexos. Em entrevista a médica alertou que é preciso ter uma visão sistêmica de rastreamento e de linha de cuidado em diagnóstico e tratamento, com isso é possível mudar a história do câncer de mama em Sergipe.
“A mamografia é o único exame que demonstrou ser capaz de reduzir a mortalidade por câncer de mama quando feito de maneira rotineira em uma população de mulheres sem queixas clínicas. No Brasil, há duas recomendações de faixa etária, uma do Ministério da Saúde publicada através do Instituto Nacional do Câncer-INCA, que recomenda seu início a partir dos 50 anos com realização a cada dois anos. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda seu início aos 40 anos com frequência anual. Considerando que 1/3 das mulheres que desenvolvem câncer de mama no Brasil manifestam a doença com menos de 50 anos, apoiamos o início do rastreamento aos 40 anos”, explica.
Segundo levantamento do Ipec, 54% das mulheres subestimam a importância da mamografia. Para a médica, a única forma de reverter o quadro é com informação. “Há muitos mitos e fake news envolvendo a mamografia, gerando medo na realização do exame. É importante lembrar que a mamografia não dá diagnóstico de câncer de mama, ela mostra lesão suspeita. Todo serviço de mamografia deve ter um serviço de biópsia de referência, que é o procedimento que confirma ou exclui a presença do câncer de mama”, orienta.
De acordo com a médica, independente do governo, as taxas de cobertura mamográfica no Brasil são vergonhosas. “Há uma grande dificuldade de acesso físico e de informação para as mulheres do nosso país. Acreditem que é importante fazer a mamografia e façam valer seus direitos cobrando dos responsáveis seu direito de fazê-la. É muito importante, tumores diagnosticados em fases iniciais são em sua grande maioria, curáveis. Vale ressaltar que o maior fator de risco para ter câncer de mama é ser mulher, e pode acontecer com qualquer uma. Pratique o autocuidado realizando sua rotina de prevenção, pois isso é fundamental para a manutenção da saúde de todas as mulheres”, finaliza.
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Por Rodrigo Alves, da assessoria de imprensa